domingo, 20 de janeiro de 2013

Valente



A Pixar é referência no mundo não só das animações mas cinematográfico em geral. Com suas ideias simples, argumentos para todas as idades e histórias impressionantemente maduras, as animações da empresa vêm encantando gerações desde a década de 1990.
A empresa vinha com ótimos materiais, sempre com distribuição feita pela Disney, até que essa última comprou a Pixar (como vem fazendo com tudo o que dá dinheiro no ramo do entretenimento ultimamente).
E agora, o que seria das animações da Pixar? Cairiam no gosto da Casa do Rato? Virariam meras produções comerciais, sem história, com objetivo de vender brinquedo?
Confesso que pensei que isso aconteceria quando assisti o trailer de Valente (Brave) ano passado. Não parecia uma animação da Pixar. As ideias originais de Toy Story (minha animação favorita), Procurando Nemo, Ratatouille e do excelente Os Incríveis não pareciam estar na trama, enxuta, com uma personagem principal feminina (coisa rara!) e ainda... medieval? Sim, Valente é uma animação com cara de 'Disney', uma forma de desmitificação de uma de suas princesas de contos de fada, que ao invés do glamour e da espera pelo príncipe encantado, foge de casamento, gosta de arco e flecha e tem desentendimentos com a mãe.
Começo do filme somos apresentados aos personagens, a trama logo se estabelece e somos conhecemos o já citado acima desentendimento mãe-filha, que acaba com palavras de ofensas por parte da pimpolha. Nesse momento, pensei "pronto, está aí estabelecido o conflito psicológico do filme, que resultará nas duas virando grandes amigas após a filha se redimir e dizer que ama a mãe, logo no fim do filme". Fórmula típica, que já vimos em Procurando Nemo, Selvagem (animação fraquinha que a Disney fez sozinha), O Galinho Chicken Little (idem), Thor (?!) e coisa e tal.
Mas eis que a animação da Pixar tem seu forte: ela surpreende! Não é uma história de aprendizado para Merida (a personagem principal). É uma história de aprendizado para a mãe, que acaba virando um urso e caçada pelo próprio esposo, o rei.
A animação consegue ter bons momentos, um roteiro coeso que vai fazer a garotada curtir demais e os adultos também vão gostar (como em todo filme da Pixar, agradando geral).
O problema aqui, é que o filme acaba e a sensação de ter visto um filme da DreamWorks fica. Não que essa tenha animações ruins, pelo contrário, mas a Pixar não tem cara de filme medieval com princesas, bruxas e encantos. Eu esperava algo mais original, não vou negar.
Ainda assim, Valente é recheado de bons momentos, ótimas canções, alguns alívios cômicos bem encaixados (os irmãos trigêmeos de Merida são uma graça), a trilha sonora somada aos belos cenários escoceses retratados, a qualidade técnica da animação muito bem texturizada (os cabelos de Merida são um show), tudo muito bem feito. No fim, a lição de moral vem, a emoção também, tudo na dosagem certa. Valente é uma animação acima da média, bem melhor que muitas que vemos por aí. Mas ainda assim, deixou a desejar, por receber o selo da Pixar Animations.

NOTA MECÂNICA: 8,0
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