quinta-feira, 29 de março de 2012

Os Muppets


Os Muppets são personagens criados por Jim Henson que já fazem parte da vida da gente (nós, seres humanos, tá? Não sou tão velho) desde a década de 1950. São bonecos-fantoches (humanóides, animais, extraterrestres e uns esquisitos aí) que já participaram de shows, programas de televisão, filmes e que em 2011 invadiram mais uma vez as telonas, numa tentativa empreendedora da Disney (que comprou os direitos sob os personagens em 2004) para lançar os Muppets de volta ao mercado e fazer a alegria da galera. Porque Muppets não é só para crianças. É para todos!
Começo dizendo que o filme é melhor do que esperava. Ele tem algo, uma ‘magia’ (tipico da Disney, não?) que te leva para o mundo do filme pela mão, te larga lá e no fim da película lá está você, radiante com o retorno dos carinhas!
A sinopse do filme é interessante. Ela trata da situação real dos Muppets. Os personagens (Kermit, o sapo – outrora chamado ‘Caco’ -, Miss Piggy, o urso Fozzie e etc.) estão ofuscados, desempregados, esquecidos. Não são mais ‘Os Muppets’, que faziam sucesso na tv e no cinema. E a situação piora quando eles assinam um contrato em que se não conseguirem dez milhões de dólares em um curto período de tempo, irão perder também todo o estúdio Muppet e tudo o que construíram com o tempo. Até que um fã (também fantoche) decide encorajá-los a fazer uma espécie de TeleTon para arrecadar dinheiro e de quebra fazer com que voltem à ativa.
O filme é um retrato real do que aconteceu com personagens tão queridos. E isso, meus caros é triste. Os Muppets eram donos de um humor refinado, que alegrava desde os mais pequenos com suas canções e cores, até os mais velhos, com suas sacadas irônicas e participações especiais. Eles foram simplesmente esquecidos! Apagados, não só nos EUA como aqui no Brasil, que tem a sua própria versão afiliada dos Muppets, A Vila Sésamo (não aquela da TV Cultura. Aquela ali é totalmente sem-graça)!
É triste você chegar para uma criança de hoje e perguntar se ela conhece a Miss Piggy e receber uma resposta negativa! Portanto, a Disney está de parabéns pela empreitada. Aliás, Jason Segel está de parabéns, como produtor, roteirista e ator, ou seja, o cara que tomou sobre si o árduo trabalho de tentar atualizar a franquia para a nova geração e faz isso com maestria!
Primeiramente o filme é um musical de primeira. Todas as músicas são contagiantes, bem elaboradas (A música ‘Man or Muppet’ ganhou o Oscar de Melhor Canção Original. Não teve a mesma diversidade sonora que “Real in Rio”, de Carlinhos Brown, mas valeu) e sabem tirar sarro de si mesmas! Mesmo que no início pareça estranho, logo você está lá, contagiado pelas músicas ou coreografias, encantado, como eu fiquei. As piadas são um show à parte. Nunca vi um filme usar tanta metalinguagem para curtir com ele próprio e com a linguagem cinematográfica, com piadas muito boas sobre cinema em geral, em meio a várias referências.
O filme consegue encantar mesmo. E o que mais torço, é que ele funcione e os Muppets voltem. E acho que quem assiste também torce por isso. É incrível, mas o filme te faz querer vê-los de novo! Aos mais velhos, faz voltá-los a um tempo em que o humor era puro, infantil e mesmo assim engraçado! Te faz voltar a uma era de ouro, a uma era de diversão! E o mais fantástico: quem não acompanhou os Muppets consegue sentir falta de um tempo que não viveu! É impressionante!
Realmente um filmezinho pra assistir com toda a família, sem pressa, relaxando. Sem esperar um roteiro engenhoso, cheio de ação, mas algo simples, infantil e revigorante em meio a tantos ‘pipocões’ de hoje em dia (sim, me refiro a você, Michael Bay!).
Cenas musicais supersimpáticas, atuações muito boas (Jason Segel e Amy Adams no papel de um casal tão puro, tão simples, em plena homenagem ao antigo cinema. Chris Cooper como um vilão tão clichê que acaba sendo bom, com ótimas tiradas de humor. Jack Black, fazendo participações pra lá de especiais, além de estrelas teen Disney e Zach Galifianakis!), piadas muito bacanas e uma direção competente fazem com que Os Muppets voltem com tudo, e por favor, peço: voltem pra ficar.

NOTA MECÂNICA: 9,0

domingo, 25 de março de 2012

Os Embalos de Sábado à Noite


                                 “Saturday Night Fever” Os Embalos de Sábado à noite

Estava relembrando grandes atores e artistas em geral, e me lembrei de um grande Astro: John Travolta! Logo me acometeu um momento saudosista, a primeira coisa que veio em minha cabeça foi: Os Embalos de Sábado á Noite.

O filme de 1977 dirigido por John Badham relata a história de Tony Manero (John Travolta), um jovem que vive no Brooklyn (Teoricamente no bairro do Bronx, de maioria Italiana). Tony leva a vida que todo o jovem queria: um jovem noturno, pé de valsa, conquistador, boa pinta, um típico boêmio (Se a historia acontece-se no Rio de Janeiro).  Tony à primeira vista é um jovem comum, que tem um sub-emprego  em que se destaca, mas por trás de toda essa “máscara” comum , Tony também tinha seus problemas pessoais, uma certa complexidade e a desconfiança - Ou  certeza - de  não receber a  mesma admiração que o irmão mais velho que virou Padre (O santo da Família).

O filme se torna interessante por que mostra a vida noturna dos jovens na época DISCO, e com cenas emocionantes (Yes, I Cried). Sem  falar da trilha sonora dos Bee Gees e David Share, com sucessos como “More Than Woman” , “Saturday Night Fever” , “Stayin’ Alive”. Só a trilha sonora já é de emocionar, muito bem feita , e a interpretação do Travolta, em um dos seus primeiros trabalhos na telona deixa o filme ainda mais perfeito, coreografias perfeitas (Amazing!), todo esse conjunto, mais o contexto de amizade e cumplicidade , fazem até eu (Um Afrodescendente de 1,92m) chorar como um bebê , num misto de alegria e tristeza nota 100.

Quem conhece os trabalhos do Travolta (No mínimo superficialmente) pode ver o amadurecimento ocorrido entre o “Saturday night Fever” e o Pulp Fiction por exemplo. Sendo que o ex-dançarino da Broadway, começou com Os embalos e Grease, não se imaginava o sucesso estilo “BOOM” na carreira do rapaz. Sua companheira de dança, Stephanie (Karen Lynn Gorney) tem momentos emocionantes, ressaltando a competência dos dois atores, apesar da carreira modesta de Karen.

Finalizando Filmaço, Completo, realista na medida certa, sem muito apelo, ótimo para ser assistido com a sua mina, ou pra dar um upgrade em você mesmo, por que depois de conhecer Tony Manero amigo, sua visão de dificuldade irá mudar.
                                                 

   Neto Rodrigues - "Te puxa de uma Bad."

NOTA MECÂNICA: 8,0

O Ataque dos Tomates Assassinos



Em uma cidadezinha norte-americana algo ‘assustador’ começa a acontecer: mortes inexplicáveis por todos os lados, seja em casa, no mar ou até mesmo no ar. E os responsáveis pelas mortes são... Tomates. Isso mesmo, tomates. Tomates assassinos. Eles andam (ou melhor: rolam), conversam (mesmo que não tenham boca), pulam e “assustam” (As aspas estão aqui porque só assustam os moradores idiotas da cidadezinha).
O Ataque dos Tomates Assassinos” é uma pérola do cinema trash, que foi considerada o segundo pior filme do mundo (só perde para Plano 9 do Espaço Sideral, de Ed Wood). Lançado em 1978, com uma proposta de se obter um filme que misturasse terror, suspense, comédia e – pásmem – musical, o filme fez muito sucesso. Negativo, é claro!
E o que eu tenho a ver com a história? Nada, tirando o fato de ter chegado cansado às 23:00 da noite de uma sexta-feita e ter inventado de assistir algo “diferente” (Leia-se ruim) para variar e escrever uma crítica no Pipoca. E cada segundo que passei assistindo aquela droga, caro leitor, foi por sua causa. Foi para escrever esta crítica para te alertar sobre aquela porcaria, ou até mesmo te indicar (sim, tem muita gente que como eu gosta de filmes trash para relaxar um pouco).
Trash aliás, é o termo usado para designar estas pérolas da sétima arte, que geralmente são filmes de baixo orçamento que buscam contar uma história de terror ou ficção-científica, com péssimas atuações e péssimos efeitos especiais. Às vezes, a história é boa e o negócio dá certo e vira cult (como o primeiro “Evil Dead”) e às vezes vira uma droga que de tão ruim, acaba sendo bom e vira cult também (Como os filmes do Zé do Caixão, Flash Gordon e algumas dessas drogas que quem tem insônia tá acostumado a ver no Corujão). O cinema trash é tão popular que tem gente que gosta mesmo e até faz disso uma arte! A exemplo disso temos nosso amigo Robert Rodriguez (diretor da saga Pequenos Espiões, Machete, Sin City e etc.) que faz filmes trash de propósito e em 2007 se meteu em uma empreitada interessante com nosso outro amigo Quentin Tarantino para fazer dois bons trash, que fazem parte de uma série: Planeta Terror (Rodriguez) e À Prova da Morte (Tarantino).
Mas falemos sobre os tomates. Gente, o filme é pavoroso. Mal feito, mal dirigido e mal escrito. Parece que a intenção do infeliz do John de Bello era fazer mesmo um filme ruim, visto que ele dirigiu, produziu e escreveu aquela... coisa.
Um filme com idéia tão bizarra (tomates começam a matar as pessoas a partir de quando ouvem uma música ruim que está na parada de sucesso da rádio local) deveria ser melhor executado, ter mais efeitos, melhores atuações para pelo menos ser... “assistível”. Mas não.
Gente, os tomates comem as pessoas sem terem boca! Eles conversam sem terem boca! Andam sem terem pés! Eles pulam, nadam e comem! Sério mesmo!
Personagens caricatos (há uma repórter chamada Lois. Em um determinado momento da película, quando está fazendo uma investigação, ela se depara com um homem de óculos de ele diz ‘Oi, Lois’ e ela ‘Oi, Clark’!) e nada interessantes. Cenas musicais totalmente desnecessárias. O roteiro (escrito por quatro pessoas!) é uma porcaria. O ritmo do filme cansativo: piadas sem-graça que fazem os antigos filmes do Didi serem verdadeiras obras-prima do cinema de comédia, frases que eram para ter efeito, situações caricatas e constrangedoras. Parece que tudo o que se deve fazer para um filme dar errado foi jogado nesta droga de enredo. O diretor de cinema mais jovem do mundo foi um garotinho indiano de 8 anos de idade. Ele com certeza dirigiu algo melhor que isso.
Mas se você gosta de filme ruim, com roteiro bobo e todas essas “qualidades” que descrevi algumas linhas atrás, não hesite em assisti-lo: este filme é um prato cheio... de fezes! Com licença, mas agora vou assistir a Annoyng Orange no You Tube que é melhor!


Momento que me fez Pipocar no filme: Um militar escolhido a dedo pelo governo é um ‘mestre dos disfarces’, e adentra na base dos tomates disfarçado de um e começa a conviver com eles. Em um momento, ele está sentado ao lado de dois tomates junto a uma fogueira, comendo carne humana. Vira pros tomates e pergunta: “Alguém aí pode me passar o ketchup?”. Vomitei.

NOTA MECÂNICA: -1

segunda-feira, 19 de março de 2012

Equilibrium


Antes da matéria, uma pequena introdução: Pouca gente que conheço já ouviu falar do filme. A verdade é que quase ninguém troca filmes lançados pela Century Fox ou Warner Bros para a assistir filmes da Lumiere, lançados aqui, pela Imagem Filmes.
Eu, sinceramente e com todo respeito, nunca fui de procurar assistir filmes dessas empresas menores e/ou nacionais, achando que as elas lançam poucos filmes bons. E dou o braço à torcer: é aí que me engano. Comecei esta critica falando disso, porque foi a solução que encontrei para me consolar, uma vez que pergunto a um monte de gente se já assistiram Equilibrium e a maioria das respostas é negativa. Não sei se esse é o motivo, mas as pessoas não sabem o que estão perdendo. Equilibrium, é incrível!
Bom, tudo bem que na capa do DVD, tem uma frase de uma fonte que desconheço (onde é que arranjaram aquela afirmação? ), dizendo “Esqueça Matrix. Este Filme vai surpreender você!”. Desconsidere a primeira oração. Grave a segunda. Óbvio que o filme não é melhor que Matrix, mas que ele é surpreedente, ele é. Mas vamos ao filme:
Equilibrium tem direção e roteiro de Kurt Wimmer (Ultraviolet e roteirista de Salt). É evidente que ele teve uma excelente ideia, mas não soube aproveitá-la. A direção é fraca, admito, mas isso não chega a estragar o filme. Acho que seria excelente se Steven Spielberg dirigisse: ele sim, saberia lidar com a história, assim como o fez em Minority Report, dando uma verdadeira aula de como dirigir filmes futuristas.
Mas sobre o que Equilibrium fala? Vejamos a sinopse: Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado totalitário, a Libria, que é comandado peloPai (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa são contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os “ofensores”, além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozium. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a se questionar sobre a ordem dominante.
Bom, dá pra ver que o elenco é bom. A história é boa. O visual do filme, realmente imita muito, muito, mas muito, Matrix. A história é criativa e empolgante. O desenvolver do filme, é atrativo. Christian Bale bota pra quebrar atuando, mostrando como é bom ator, e que sabe interpretar nas mais difíceis situações. Os efeitos especiais são comuns; algumas vezes falhos, mas dá pra levar. As cenas de luta (com uma arte macial criada especialmente para o filme ) no desenrolar da trama são rápidas e o melhor mesmo, vem no final. Algumas cenas são memoráveis, como a inicial com o personagem de Bale lutando no escuro, desobrindo os sentimentos ou protegendo um cachorrinho. A mensagem do filme toca, e no final de tudo, vemos um espetáculo simples, não muito original, mas belo. Muito belo.
Seja como for, o filme virou um clássico dos filmes que “ninguém nunca ouviu falar”, e eu me apaixonei perdidamente pela obra.

NOTA MECÂNICA: 8,5

sábado, 17 de março de 2012

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Cinco anos atrás, uma bem-sucedida franquia iniciava-se, com um filme de título longo, mas fabuloso: “As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa“. Sucesso entre a molecada, e meio que detestado pelas críticas pelo ponto de vista técnico: péssima fotografia, interpretações medianas e blá, blá, blá. Não importava naquele momento. O povo curtiu, o filme rendeu, e tinha tudo pra ser o novo “Harry Potter” de uma nova geração que não acompanhou os primeiros filmes do bruxinho de Hogwarts. Nárnia foi um sucesso! Três anos depois, veio uma continuação melhor ainda, "As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian", que parecia que calaria a boca de muito crítico mala-sem-alça: Um filme com boa fotografia, bom elenco, boa história… Parecia que a série estava indo para o ritmo certo! Mas o lucro deste não foi tão grande, fazendo com que a Disney, uma das produtoras do projeto, juntamente com a Walden Media, saísse. Bom, cá pra nós, quem movimentou o filme foi a Disney! E agora? Seria o fim de uma franquia de filmes baseada em uma série de sete livros, que agora acabava no segundo filme? Não, a Walden tinha uma carta na manga… Ela tinha… A Century Fox! Tchanram!

A Walden usou de uma parceria antiga que tinha com a Fox e resolveu dar continuação à franquia, e o resultado de toda esta maracutáia veio sair no finalzinho de 2010, com “As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada”. Título grande novamente e possível decepção para os cinéfilos como eu.
Para começo de conversa, considero este filme o mais fraco dos três. O diretor não é o mesmo, trabalhou mal, dirigiu mal, não soube extrair o melhor dos atores (parece que Georgie Henley trabalhava melhor nos filmes anteriores) e o roteiro é o pior de todos, sem pé nem cabeça!
Os fãs irão gostar do filme, que é fiel (talvez o que mais segue o livro da série de filmes) ao livro de C.S. Lewis. O 3D do filme é fraquíssimo, quase não aparece, a não ser algumas cenas da fumacinha verde (que batizei carinhosamente de “o pum do Hulk”) e poucas cenas de ação. Outro aviso: não assista o filme dublado! A dublagem é rídicula, a atriz que faz Lúcia por exemplo, tem 14 anos e a dubladora é um pouco mais velha e tenta fazer voz de criança e com sotaque carioca! Assista o filme legendado que é bem melhor. As atuações estão medianas, fracas quando se trata de Georgie Henley e Skandar Keynes, ambos LúciaEdmundo Pervensie; convicentes quando se trata de Ben Barnes, que interpreta nosso amiguinho Caspian que parece que não envelheceu nada do segundo filme pra cá. Quem paga o filme mesmo é Eustáquio, personagem de Will Poulter, que faz você gargalhar de rir o filme inteiro com seu jeito do tipo “mala”, que chega dá vontade de você socar e encher da porrada, e vale o ingresso.
Como em todo livro de Lewis, as referências bíblicas e lições de moral estão lá, transformando Aslan numa figura de Jesus Cristo, o Leão de Judá segundo a Bíblia. Mas em nada atrapalham as referências cristãs ou sei lá o que, pois só são percebidas pelo carinha de olhar atento. As cenas de ação são espetaculares, os efeitos especiais são um show à parte, acho que o filme deve ser indicado ao Oscar de “Melhores Efeitos”, pois estes são muito bons. A ação épica, uma boa aventura, um roteiro fraco e emendado, uma direção mediana, elenco médio e efeitos grandiosos, fazem com que o filme tenha 6,5 de 10. Não estou dizendo pra você não assistir o filme. Vale a pena assistir. Mas pro cinéfilo exigente como eu, o filme deixou a desejar. Encheram a película de ação e aventura e esqueceram-se do resto. Típico de Hollywood, não? Quer um conselho se quiser descobrir o mundo de Nárnia? Leia os livros.

NOTA MECÂNICA: 6,5

Assassinos Por Natureza ( Natural born Killers)


Em Assassinos por Natureza ou Natural Born Killers (1994), Mickey Knox (Woody Harrelson) e Mallory Knox (Juliette Lewis) formam um casal de assassinos unidos pela vontade de matar, o que os tornam uma espécie de sensação do momento. Mickey e Mallory viram atração pelo modelo de jornalismo sensacionalista do repórter Wayne Gale (Robert Downey Jr.) e mesmo presos a popularidade do casal só aumenta, tendo como desfecho a sensacional fuga, tendo como refém o próprio Gale.
O filme tem o roteiro original de Quentin Tarantino (Amazing), e foi produzido por Oliver Stone (O figurinha de ouro citado em Scarface), O filme é marcado por extrema violência, complexidade dos personagens, à volta por cima sensacional de Robert Downey Jr. Além das diversas opiniões adversas e censuras.

O que acontece de fato é que após o lançamento do filme, que sofreu diversas modificações e adaptações no roteiro, cerca de 11 meses editando cenas e mudando situações, o próprio roteirista inicial do filme Quentin Tarantino, questionou funcionalidades, e alegou que a modificações mudaram a essência básica do filme. Oras, que Stone costuma ser genial ninguém pode negar, mas se o próprio Tarantino, criticou negativamente o filme, nos resta pensar como seria a obra original feitas nas próprias mãos da Tarantino, e apesar de existir um livro com o roteiro inicial, não há como deixar de tentar imaginar a trama com o toque tarantinesco ( Os fãs do Tarantino devem entender o que eu falo).

Pelo lado individual o nosso querido Robert Downey Jr. (Que atualmente vive o Tony Stark), além da sua atuação primorosa, ganha destaque pela situação fora das telonas. Para quem não sabe nem sempre o Robert levou sua carreira como um mar de rosas, desde oinicio ele era um ator famoso, por fazer uma serie americana (estilo Malhação sabe?), só que depois dessa fase, chegou o envolvimento com drogas e ai sua carreira desandou legal #DORGAS. Podemos dizer então que o filme tirou o Downey Jr. de uma grande #BAD.


Outro lado interessante foi a atuação Juliette Lewis, a menina com carinha de anjo, fazendo a louca Mallory Knox com maestria, e ambos tanto Juliette quanto Woody, representaram cenas de complexidade nível Chuck Norris de forma interessantíssimas.

A relação entre os modelos cinematográficos de Scarface e NBK é que a pitada de recursos gráficos utilizadas em Scarface, poderia tirar o status de “filme mediano do NBK”, e se o Scarface fosse triado em seu roteiro como fizeram com o roteiro de NBK, talvez não chocasse tanto como chocou na época de lançamento trazendo um sucesso instantâneo, para as duas obras.

NOTA MECÂNICA: 5,5

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sucker Punch: Mundo Surreal


Como é vasta a criatividade do nosso querido amigo Zack Snyder! “Madrugada dos Mortos”, “300″, “Watchmen – O Filme” e“A Lenda dos Guardiões”.
Em todos os seus filmes, podemos ver muita capacidade para figurino, trilha sonora (sempre impecável), ação e acima de tudo slow-motion. Mas, como o pipoqueiro atento aí percebeu, todos os filmes de Snyder são baseados em obras de outras pessoas, sejam remakes, livros ou graphic novels. Mas isto já acabou. Em março de 2011, chegou aos cinemas tupiniquins “Sucker Punch – Mundo Surreal”, filme que Snyder tem o prazer de bater no peito e dizer “foi minha a ideia! Eu escrevi, produzi e dirigi!”. Bom, ele nunca falou nestas palavras, mas foi isso que aconteceu.
Snyder põe sua mente pra trabalhar neste filme que nasceu em seu cérebro desde quando era um diretor de clipes mequetrefe, lá na década de 90, e veio tornar-se realidade agora, a todo vapor.
Sucker Punch a primeiro olhar parece ser um filme complexo (e é mesmo), mas depois de uns 40 minutos de filme, você já está sendo imerso no mundo snyderiano e literalmente entra em um mundo surreal. O filme conta a história de Baby Doll (Emily Browning), garota que após a morte da mãe, se vê imersa em um mundo cruel e violento, onde ela e sua irmã mais nova sofrem na mão de seu padrasto. Em uma tentativa desesperada de salvar a irmã, Baby Doll acaba passando dos limites para com seu padrasto e é internada por ele em um manicômio. Faltando 5 dias para que sofra a lobotomia e perca a memória, Baby Doll vê sua oportunidade de fugir da realidade cruel: a imaginação, a única ferramenta que pode garantir sua liberdade.
Junto com 5 garotas também aprisionadas, ela concentra toda sua imaginação e criatividade num mundo que cria para fugir da dor e constrói um plano para escapar do local. Mas em meio a realidade e à imaginação, as conseqüências são ameaçadoras e podem ser trágicas.
O filme é muito bom. Parece uma colagem de vários videoclipes da Evanescense que vemos na MTV, e os primeiros cinco minutos são perfeitos. Divinos, eu diria. Snyder mostra toda sua competência durante a película e demonstra que é um dos melhores diretores queHollywood tem na atualidade. As cenas de ação são as mais belas e bem feitas que vi nos últimos anos e na telona ganham uma aparência de tirar o fôlego.
A fotografia é excelente: desde os cenários até os ângulos inusitados que Snyder consegue para frisar seu slow-motion (agora mais presente do que nunca). O filme é uma verdadeira aula de como criar um longa para agradar à multidões. Parece que Snyder pegou tudo o que entendia de música, de “Matrix”, de Senhor dos Anéis e de todos os seus filmes e elementos pop da sétima arte, bateu num liquidificador e fez um suco fantasticamente saboroso.
As cores cinzentas que compõem o mundo real (me lembraram muito The Spirit) e as quentes que compõem o imaginário ajudam a fazer com que você seja imergido no mundo de Snyder como por mágica. As interpretações não estão ruins, a trilha sonora é excelente, o clima sombrio e a temática pesada chega a causar agonia de tão reais (que ironia!).
Poderia dizer que é o filme perfeito, se não fosse pelo final desnecessariamente trágico. Parece que Snyder queria surpreender o público em todos os aspectos, até mesmo criando uma reviravolta meio que desnecessária (mas nada que estrague o filme, em minha opinião).
É o tipo de filme pra se assistir várias e várias vezes até entendê-lo por completo e captar toda a informação e beleza que Snyder quis transmitir. E que venha o Blu-ray Director’s Cut!

NOTA MECÂNICA: 9,0

Transformers: O Lado Oculto da Lua

Michael Bay é uma espécie de Bin Laden dos cinemas. Não, comparação muito pesada. Vejamos... Michael Bay é o homem-bomba da sétima arte. Pronto, bem melhor. Agora, vamos à explicação: por quê? Ora essas, porque todo filme dele é um estouro! Além de ser cheio de muitas, mas muitas explosões, daquelas de doer os olhos. É o titio Bay quebrando tudo, galera, com Transformers:  O Lado Oculto da Lua.

 E agora vai a notícia polêmica: o filme merece ser assistido e reassistido no cinema, mas vá mesmo pra ver o pau quebrar. Aliás, todos os Transformers tiveram esse mesmo objetivo. Em meio a tantos e tantos furos na história, aqui e acolá, o que prevalesce mesmo é a ação, ainda acompanhada de um humor-minuto exageradamente divertido e ao mesmo tempo fútil. É Bay mais uma vez fazendo filmes contraditórios!
Bom, mas chega de falatório e vamos aos pontos do filme! Primeiramente, sinopse:
Os humanos escondem um segredo: o verdadeiro motivo da corrida espacial na Guerra Fria foi a descoberta de um Transformers no lado mais escuro da lua, e a ida do homem ao espaço foi motivada por isso. E em meio a um pano de fundo mais ou menos histórico, vemos um Sam (Shia LaBeouf) desempregado, sustentado pela nova namorada, tentando achar emprego e descobrindo novas e novas tramas. Um pipocão só.
Sabe aquele tipo de filme pipocão? Que você vai pro cinema, ri, se emociona (pouco, mas dá pra no mínimo participar da dor do personagem) e é exposto a todo tipo de situação tosca pra compensar a ação imposta no filme? Taí esse novo Transformers. O pano de fundo histórico não é nada comparado ao do inteligente X-Men Primeira Classe, e cá pra nós: que negocinho tosco aquele Kennedy e aqueles filtros pra parecer filme antigo. Parece que usaram o Windows Movie Maker na edição! Nerd que é nerd sabe do que falo.
Bom, pra falar bem do filme, o 3D é fantástico. Só não espere muito coisas voando em sua cara, mas dá a sensação de profundidade desejada no filme, porreta. Como exige menos movimento da câmera (coisa que precisava acontecer, senão meu cérebro explodiria antes que acabassem os 200 e tantos minutos de filme), as cenas de ação são mais planejadas e menos apelativas, como no segundo filme da franquia.
Outra coisa que chamou a atenção como um bom ponto, foi a trilha sonora do filme. No primeiro filme, Linkin Park com "What I've Done", no segundo, novamente com "New Divide" e neste terceiro filme, outra vez LP com "Iridescent", música que fugiu um pouco do padrão hardcore que a banda vinha tomando e deu um tom dramático à trama. Seguidamente de Paramore, com a bacaninha "Monster", além de minha amada My Chemical Romance, com "The Only Hope For Me Is You", single do novo álbum, lançado no fim do ano passado. Embora não apareça a música no filme (e nem nos créditos finais), gostei de MCR ter estado na trilha. Agora, é comprar o CD na Saraiva.
Outra polêmica: sai Megan Fox e entra a Rosie Huntington-Whiteley, a mais nova namorada do Sam, com um quilo de botóx nos lábios e um pouco mais de expressão facial. A Megan Fox corria, gritava e chorava e esta nova corre, grita, chora, mostra curvas e convence Decepticons.
Resumindo a parada toda, parece que Bay é uma espécie de garoto que tem aparência de velho e maduro mas apenas uma criança. Depois de ser elogiado pelo público em geral pelos outros Transformers e receber algumas críticas construtivas, parece que ele não aprendeu nada e continua lá, fazendo um filme pra agradar a quem tá na puberdade, com: ação, ação, ação, efeitos visuais, humor-minuto (piadas desnecessárias de 60 em 60 segundos), palavrão (até mesmo na dublagem!) e sensualidade. Sai Megan Fox, entra uma atriz mais magrela, mas as roupas coladas estão lá. Até as minas que trabalham na NASA usam minissaia! Isto, meus amigos é o efeito Bay: agradando a marmanjos e repugnando críticos de cinema em geral.
Resumindo tudo isso que falei nas últimas linhas, o resultado final é o seguinte: os críticos de cinema e cinéfilos de verdade, irão ver muitos defeitos na película e achar mais um filme comercial de Bay, enquanto a massa que gosta mesmo é de ação, barulho, Linkin Park (nada contra), câmera lenta (nada contra também, sou fã do Zack Snyder), piadas e situações de teor sexual desnecessárias e humor babaca irão amar. Sério mesmo. Se você for o tipo de pessoa que gosta mesmo de mais um filme de ação e humor e não se importa  muito com detalhes técnicos, Transformers 3 é um pipocão pra você. Tá esperando o que pra ir ao cinema? 


NOTA MECÂNICA: 8,0

Blade Runner - O Caçador de Andróides



É impressionante como a arte consegue extrair as mais diferentes visões e opiniões das pessoas. Em uma pinacoteca, por exemplo, sempre existirá aquele quadro com arte abstrata que despertará diferentes opiniões: para alguns, aquilo ali representará o amor, a forma do pintor de se expressar, o calor da paixão. Para outros, um monte de rabiscos feito com tintas de cores quentes, formando um emaranhado de cores. Com cinema não é diferente. Como exemplo disso, temos “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, filme de 1982, dirigido pelo inglês Ridley Scott.
Há quem deteste o filme, ache-o monótono, confuso e sombrio. Mas também há os que o consideram o melhor filme já feito, com ação, mistério e muita história. Não quero falar de nenhuma das duas opiniões. Falemos da minha. Mas antes disso, confira a sinopse:
No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runners, têm ordem de atirar para matar (“aposentar” é o termo técnico) os replicantes encontrados na Terra. É nessa decadente Terra que vive o detetive Deckard, interpretado por Harrison Ford. Ele é convocado por seus superiores a realizar um último trabalho, que é “aposentar” quatro replicantes, que fugiram à cidade após uma rebelião em um sistema estelar. O detalhe é que essa geração de andróides é o mais próximo que os humanos chegaram da perfeição robótica. Além de serem dotados de grande inteligência, agilidade e força física, os replicantes têm um objetivo a ser alcançado: A busca por mais tempo de vida.
E é aí, que a trama desenrola. O filme é confuso? É muito confuso em um primeiro olhar. Eu mesmo confesso que não pude sacar tudo ao assistir pela primeira vez. Na verdade, fiquei “boiando” nos primeiros 30 minutos de filme, sem entender bulhufas nenhuma. Mas aí, quando menos percebe-se, você já está imerso no universo do filme, que é baseado no livro Do Androids Dream of Eletric Sheep? DePhilipe K. Dick, escritor de Minority Report, livro em que baseou-se Spielberg para fazer o também excelente “Minority Report – A Nova Lei”.
O universo criado no filme impressiona pela beleza dos prédios no estilo barroco, das naves, das colunas de fumaça e das chamativas luzes neón. O filme, sem dúvida, é uma obra de arte. Elenco muito bem escolhido, visual grandioso e trilha sonora estupenda, composta por Vangelis em um de seus dias mais inspirados, com certeza, pois a música cai certeira no clima noir do filme. Falando em noir, não sei se vocês sabem, mas os filmes noir da década de 40 são os meus favoritos. Simplesmente eu amo aquele estilo, assim como amei “Sin City”“The Spirit” entre outros neo-noir. Mas Blade Runner, não é só um neo-noir. Arrisco-me a criar um novo sub-gênero, intitulado techno-noir, onde não só Blade Runner se encaixa, mas também “Eu, Robô” e “Minority Report” ambos com certeza inspirados pelo filme em questão.
Agora vamos aos ‘contras’ do filme. Como já falei, é um filme confuso, tanto que na primeira edição final, foi exigido pelo estúdio que o filme tivesse uma narração em off na voz de Harrison Ford para que o público entendesse melhor a complexa trama ali exposta. Bom, pelo menos ela é retratada inicialmente de forma complexa. Não há nenhuma simpatia com o personagem principal e o Deckard é tão pífio que você não sabe se é uma horrível interpretação de Ford ou justamente o contrário. Piadas de humor negro à parte, Ford interpreta, muito bem, mas sem esforço, por assim dizer. Também, com um personagem daqueles…
Há também outra coisa que observei: há uma certa necessidade de tornar o filme com temática mais adulta, que há uma violência exposta (não que seja forte, mas que poderia se quisessem ser extraída ou poupados alguns litros de sangue) e uns certos seios aparecendo, que, convenhamos, sem necessidade. Podemos ver que naquela época, já havia essa estratégia de chamar a atenção dos marmanjos. Mas, nada que venha escandalizar ou desmerecer o filme, tá gente? São só observações minhas que você nem deve considerar muito.
Resumindo o filme é bom, complexo, bonito visualmente (a cidade parece uma mistura de Tron com Gotham City), grande elenco, trilha sonora belíssima, e um final simplesmente chocante (refiro-me à versão “Director’s Cut”, porque tem uma que o estúdio retirou nudez, sangue, pôs a narração em off que citei e ainda mudou o fim, colocando um “final feliz”. Enfim, pintou o sete com o Ridley e deixou o cara zangado, né?).
Todas as qualidades acima contribuíram para que Blade Runner tenha se tornado um filme cult, patrimônio da humanidade de cinéfilos, base para tudo quando é filme futurista de hoje em dia, referência para os nerds de plantão, e acima de tudo, um daqueles filmes que merecem ser assistido várias e várias vezes, e pásmen: sem enjoar!

NOTA MECÂNICA: 9,0