domingo, 27 de maio de 2012

Mãos Talentosas




Filmes que contam a biografia de alguém são bastante comuns, não só em Hollywood mas também no Brasil (“2 Filhos de Francisco”, “Lula – O Filho do Brasil”, “Heleno – O Princípe Maldito”, entre outros). Eles enchem salas, principalmente se tiverem atores famosos, e embora digam que o filme é todo baseado em fatos reais, muitas vezes vemos que tem muita coisa ali fantasiosa, fruto da imaginação de um ser chamado roteirista, que além de ganhar dinheiro quer emocionar o público. Mas e daí? É disso que o povo gosta!
Eu particularmente gosto de dois desses filmes em particular, Uma Mente Brilhante, com Russel Crowe e Homens de Honra, com Cuba Gooding Jr. Aliás, o velho Cuba também é o astro que estrela Mãos Talentosas, filme de 2009, dirigido por Thomas Carter, e que conta uma interessante história de vida, mas não de uma forma tão interessante assim.
O filme conta a história de Benjamin Carson, um renomado neurocirurgião - precursor da hemisferectomia (remoção cirúrgica da metade afetada do cérebro) -, que, através dos esforços próprios e principalmente de sua mãe, contrariou o "senso comum" e tornou-se um dos mais importantes neurocirurgiões do mundo.
A direção de Carter é interessante, ele faz vários cortes inusitados, que ligam diversas cenas através de atos comuns, como um abrir/fechar de portas em tempos diferentes, mas que são editados juntos, mostrando algo diferente, mas não tão revolucionário assim.
A história é muito bacana. Carson realmente foi um exemplo de superação. Vivendo com seu irmão mais velho e sua mãe solteira, com problemas nas matérias quando criança, através dos esforços de sua mãe, aprende o gosto pela leitura e começa a reverter o quadro de suas notas baixas na escola. Na adolescência há uns deslizes de conduta, por conta de amizades ruins, mas logo volta ao “caminho certo”. Por fim, vai para a faculdade, vira neurocirurgião e até mesmo no ambiente de trabalho ainda sobre, com os nossos velhos amigos dos filmes biográficos com personagens negros: racismo e bulliyng.
Por muitas vezes, clichê e até mesmo piegas (numa tentativa de parecer emotivo e frustrante totalmente, uma vez que o filme tenta seguir o mesmo caminho de outros do gênero e emocionar mas não consegue arrancar nem uma lágrima), o roteiro de John Pielmeier tem objetivos concretos e isso por incrível que pareça o atrapalha.
É frustrante ver tantos saltos no tempo para mostrar a vida de Carson acabando inconclusos. Como aquele menino tão doce e tão genial acaba pegando um martelo para bater na própria mãe de uma hora pra outra? Não aconteceu nada? Por que ele compra aquela faca? Onde arranjou dinheiro se eles passam dificuldades? E o “amigo” em que ele enfia a faca. Não tentou se vingar? Uma oração mostrando arrependimento é o bastante pra Bem rapidinho mudar de vida e andar pra sempre no “caminho certo”? São alguns furos que acabam ficando por conta de o roteiro querer resumir a vida do cara toda em apenas 90 minutos de filme, o que, para os mais críticos como eu, pode tornar-se um saco.
A direção de Carter não compromete, nem o roteiro de Pielmeier, exceto nessas situações que citei: os pulos na história da vida do cara, tornando tudo “fácil” e “artificial” demais e a tentativa infrutífera de emocionar, característica de tais filmes, mas que perde força aqui. Antes não tivesse tentado.
Ao ler esta crítica, talvez você ache que o filme seja ruim, ou que não valha a pena assisti-lo. Digo que assista, principalmente se gosta desse tipo de filmes baseado em fatos reais. A história de Carson é um prato cheio sobre persistência, superação e fé. Há alguns momentos engraçados, o ritmo do filme é bem leve, próprio para ser assistido em família. Talvez o terceiro ato você já esteja cansado, assim como os cirurgiões ao passar 22 horas numa sala de cirurgias, mas realmente o filme vale a pena. Bela história, boas atuações, excelente trilha sonora e clichês típicos desse tipo de filme, valem a diversão. Recomendado.

NOTA MECÂNICA: 8,0

sábado, 26 de maio de 2012

Poder sem Limites




Poder sem Limites” (Ou Chronicle, como é o título lá nos EUA), dirigido por Josh Trank, é mais um filme do estilo “filmagem encontrada”, “câmera na mão”, “Hand movies” ou seja lá como chamem esse estilo de cinema, que apareceu no estrelato com A Bruxa de Blair e ultimamente vem aparecendo bastante,  em filmes como REC, Cloverfield – Monstro, Distrito 9 e o recente Projeto X.
Todos esses filmes tentam inovar no estilo, e o único que talvez tenha feito dar certo agora foi Distrito 9, e o razoável Cloverfield. Ou melhor, que mais deu certo até agora, porque Poder Sem Limites consegue ser o melhor filme de câmera na mão já feito.
A trama acompanha Andrew (Dane DeHann), seu primo Matt (Alex Russel) e o amigo popular Steve (Michael B. Jordan), três jovens que durante uma festa, acabam encontrando uma cratera causada por um meteorito, cujo contato concede a eles poderes telecinéticos.
A história é “filmada” por Andrew, que compra uma filmadora e quer a partir daí registrar tudo o que acontece em sua vida, desde sua mãe à beira da morte, às loucuras de seu pai bêbado.
Agora, com os poderes, os garotos tem que saber lidar com a dádiva. Ou seria maldição?
Josh Trank sabe aproveitar o melhor do gênero, e cria (a partir dos poderes dos garotos) saídas para ângulos geniais, com Andrew controlando a câmera com a força do pensamento, evitando muitas vezes aquele chacoalhar irritante do gênero.
O roteirista Max Landis nos traz uma história concisa, revelando apenas o importante para entendermos os dilemas de cada personagem, sabendo dar a profundidade emocional devida a cada um, demonstrando também onde suas ambições os levarão.
Aliás, ambição é um problema para os garotos, principalmente para o que se revela desde o início o mais poderoso: Andrew. Como diria Tio Ben, “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Só conhece o valor da força, quem um dia foi fraco. Mas, com um poder sem limites (o título brasileiro é muito melhor que o original), onde irão chegar? Afinal, poder demais corrompe.
Talvez, os personagens sejam meio clichês: o nerd-virgem-tímido-traumatizado, o popular-do-colégio-candidato-à-presidencia e o mais ou menos, o popular sem esforço.
A tragetória do protagonista é bem construída pelo diretor novato Josh Trank (ele havia apenas dirigido alguns episódios para a série The Kill Point, de 2007), e o filme inteiro prende, não tendo as chamadas “cenas monótonas”, características também desse estilo de filme. Os efeitos especiais são um show, as cenas dos garotos voando são muito boas, e boas sequências saem do período em que testam seus poderes, vandalizando geral e rendendo até boas gargalhadas. O modo como Trank traz à luz os segredos dos corações dos personagens, o modo como mostra que são apenas adolescentes podendo fazer o que quiserem, é realmente inovador – embora seja clichê. Sim, é contraditório. Mas funciona.
Ao final (o clímax é com certeza, o ponto forte da película), há aquela velha chamada para uma continuação, hábito velho de Hollywood, quando vê que o negócio pode render. Detesto esse tipo de coisa, muitas vezes a continuação sai forçada e ruim, desnecessariamente feita por causa do dinheiro, mas uma coisa posso dizer: eu estarei lá, para assistir quantas continuações vierem.

NOTA MECÂNICA: 8,5

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Psicose



Alfred Hitchcock foi um dos maiores gênios do cinema. Embora não tenha ganho nenhum Oscar em sua brilhante carreira, o diretor conseguiu deixar sua marca e nunca decepcionou os amantes da sétima arte. Sua maior obra (e consequentemente uma das maiores obras de todos os tempos, desde quando existe cinema) com certeza é Psicose.
Filme polêmico, assustador e profundamente psicológico, Psicose chega a ser soberbo, inexplicável, perfeito. O filme é uma obra de arte. Cada ângulo, cada enquadro, cada fala, cada corte. Tudo sublime.
A trama gira em torno de Marion Crane (Janet Leigh, cujo olhar expressivo fala por si só e atrai mais que toda sua beleza), secretária de uma imobiliária que acaba roubando de um cliente rico 40 mil dólares e fugindo, para recomeçar a vida com o amante. Na estrada, antes do anoitecer, resolve parar e dormir num motel. É aí que conhece Norman Bates (Anthony Perkins, inspiradíssimo), dono do hotel, dominado pela mãe que é inválida por problemas de saúde. A senhora Bates é ciumenta e não deixa Norman relacionar-se com nenhuma garota. Quando Norman vira amigo da nova hóspede, ocorre o assassinato de Marion. Resta ao detetive Milton Arbogast (Martin Balsam), à irmã de Marion, Lila (Vera Miles) e ao amante de Marion, Sam Loomis (John Gavin) descobrir o que houve no quarto do motel.
O filme possui uma das cenas mais memoráveis de todas, a da morte no chuveiro. A música de Bernard Herrmann ajuda em todo o clima psicótico de tensão e assusta na cena citada. Aliás, tal cena é perfeita. Os cortes usados, os closes na face de Marion morrendo, o som das facadas entrando em seu corpo (o áudio original é de facas sendo cravadas em melões), a música crescente, tudo muito assustador e perfeito.
O roteiro é conciso, enigmático, e foi escrito por Joseph Stefano, baseado num livro de Robert Bloch cujos direitos autorais Hitchcok comprou em segredo, por 9 mil dólares.
Psicose é diferente de tudo o que você já viu. E se você viu algo parecido, o que você viu foi inspirado na obra de Hitchcock. O filme é único! Primeiramente, ele troca de personagens principais aos 40 minutos. A personagem da primeira metade do filme é Marion e quando ela é assassinada o foco muda totalmente e vemos Arbogast entrar em ação. Mas quem brilha mesmo no filme, cá pra nós, é Anthony Perkins com o seu Norman Bates, que já é um dos personagens mais cultuados do cinema. Psicose rendeu 3 continuações e um péssimo remake (não chamaria de remake, chamaria de cópia descarada, uma vez que tudo é igual: falas, ângulos, caraterizações), nenhum deles dirigido pelo mestre Hitchcock. As continuações são boas e a última é dirigida pelo próprio Perkins.
Hitchcock dá em Psicose uma aula de como se fazer cinema não só de suspense, mas como arte. Há detalhes tão preciosos, tão inspirados que eu poderia ficar falando e falando aqui sem parar. É um filme pra quem gosta de cinema. É um filme para poucos. E com certeza, um dos melhores que já vi.

NOTA MECÂNICA: 10,0

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões



Detestado pela crítica (talvez pela expectativa de uma melhor atuação do, na época, recente ganhador do Oscar, Kevin Costner por Dança Com Lobos), amado pelos fãs do personagem, pelos fãs de filmes de ação e medievais em geral, a lenda renasceu de uma forma inesperada, bem dirigida por Kevin Reynolds
Considero o melhor filme de Robin Hood já produzido, uma vez que nem mesmo Russel Crowe o superou com aquela história fraca. Trato este filme de Reynolds como “O” filme de Robin Hood: o único, o original, o melhor. Irei explicar porque todos estes elogios logo após a sinopse.
Após voltar de uma Cruzada Robin de Locksley (Kevin Costner), um jovem cavaleiro, descobre que seu pai, Lorde de Locksley (Brian Blessed) foi morto pelos seguidores do Xerife de Nottingham (Alan Rickman), que por sua vez é partidário do Príncipe João, que tudo fará pra que Ricardo Coração de Leão (Sean Connery) não volte ao poder. Robin é visado pelos usurpadores e foge, mas sempre acompanhado por Azeem (Morgan Freeman), um mouro que lhe deve a vida. Eles vão parar na Floresta de Sherwood, onde são atacados por camponeses que, para sobreviver, atacam os asseclas do xerife. Logo Robin e Azeem se unem ao bando e planejam trazer Ricardo de volta ao poder. Em meio à sua luta, Robin é ajudado por Marian (Mary Elizabeth Mastrantonio), uma bela donzela por quem se apaixona.
Agora os pontos: O filme trata-se de uma compilação de excelentes atores. Do amigo fiel (Freeman) ao bandido cínico que todos amam odiar (Blessed, magnífico!). Dificilmente vemos bons filmes com grandes elencos, e este acerta na mosca. Outra coisa: foi criticada a atuação de Kevin Costner, mas em minha opinião está muito bem no filme, no embalo do já citado Dança Com Lobos.
A história é excelente, bem narrada, coerente e acima de tudo envolvente e fiel às lendas do herói encapuzado. Trata-se de um grandioso filme épico, bem feito e muito bem-humorado, além de doses de boas cenas de ação e romance. Um pouco longo talvez, mas te prende do início ao fim. Independente de algumas críticas que menosprezaram o filme, o importante é que ele virou um símbolo da cultura e hoje em dia, amado por todos, a ponto de ser eleito melhor que qualquer remake ou versão contrária a ele que existir…
Simplesmente um clássico, daqueles que a gente não se cansa de assistir.

NOTA MECÂNICA: 8,5

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Karatê Kid: A Hora da Verdade


É absurdamente real o valor que os filmes têm em diferentes épocas da história secular. Em alguns casos, quando o filme estréia, é um imenso sucesso, e, com o passar dos anos, se vê que ele não é tão espetacular, que há falhas no elenco, ou efeitos especiais fracos, daqueles que a gente pensa “puxa, como aquela maquiagem pode me enganar”, ou “nossa, como essa cena foi mal-feita e eu não percebia!”. Ou às vezes, o filme estréia sem o mínimo de sucesso, e com o passar dos tempos, com a mudança da época, se aprecie mais a película, vendo-a como um grande clássico. Até hoje, quero entender em qual destes Karatê Kid  – A Hora da Verdade se encaixa.
Após ser grande sucesso nos cinemas e entre o público jovem e adolescente (principalmente dos nerds, que apanhavam no colégio e não conseguiam fazer com que as meninas se apaixonassem por eles), o filme, aqui no Brasil, virou “Clássico da Sessão da Tarde”, sendo exibido várias vezes e tornando-se um fardo entre o novo público jovem, que diferentemente do da década de 80, hoje, assiste filmes mais maduros e pesados, variando de Jogos Mortais (como exemplo do que eles chamam de “terror” ) a Crepúsculo (o que eles chamam de “romance” ). Junto deste novo público, o filme, na maioria das vezes, é mais um filme para manés, “velho, fraco e sem efeitos especiais. Nem sangue tem!”, é o que devem pensar.
Há ainda um público mais velho, que acompanhou o original e suas inúmeras continuações (chegando até o quarto, em que nem mais Daniel Larusso existe, mas uma garota) e chamam o filme de clássico, dizendo que ele serve para lembrá-los de sua infância. De fato, para mim, o filme é um clássico. Mas não para lembrar épocas antigas. O filme é um clássico para lembrar épocas em que filmes de luta não precisavam ter sangue, em que histórias de amor não precisavam ter cenas de sexo, para lembrar do antigo cinema, dos bons costumes, das boas mensagens, do bom e velho “ Daniel, pinte a cerca”! Para isso serve o filme! Para nos dar exemplo de como fazer filme que agrade crianças, jovens e adultos, para compararmos com hoje e ver no que erramos! Segue a sinopse:
 Daniel Larusso (Ralph Macchio) e sua mãe (Randee Heller) recentemente se mudaram de Nova Jersey para o sul da Califórnia. Porém, Daniel não consegue se ambientar em sua nova morada, até que conhece Ali Mills (Elisabeth Shue), uma garota atraente que gosta dele. Porém, a situação de Daniel se complica quando o ex-namorado de Ali, JohnnyLawrence (William Zabka) e sua gangue começam a atormentá-lo. Um dia, quando é cercado pela gangue de Johnny, ele é salvo por um Miyagi, um veterano japonês (Pat Morita) mestre na arte do karatê. Disposto a ajudar Daniel, Miyagi resolve passar-lhe os ensinamentos do karatê, para que ele possa se defender da gangue de Johnny.
O filme, tem direção de John G. Avildsen e roteiro de Robert Mark Kamen, e hoje é considerado sim, um clássico. A história, é original e fácil de ser identificada entre os jovens. O filme, já é esse clássico por si só e acho que não se precisa de refilmagens (embora o remake tenha sido excelente), continuações (embora as duas primeiras tenham sido boas) ou coisas do gênero.
Chegou o momento de vermos os filmes com outros olhos. Chegou o momento de saber apreciar os verdadeiros clássicos. Para mim, esta é “a hora da verdade”.

NOTA MECÂNICA: 7,5

domingo, 13 de maio de 2012

2 Coelhos




Edgar (Fernando Alves Pinto) é uma espécie de anti-herói, que já fez muita besteira na vida, viajou pra Miami, aprontou muito lá e agora volta com um plano pra lá de elaborado, onde pretende acertar dois coelhos com uma só cajadada:  ele pretende atingir não só a corrupção política quanto o tráfico de drogas, tudo envolvido e bem amarrado na cabeça de Edgar.
Esta é inicialmente a trama central de 2 Coelhos, filmaço brasileiro com a maior pinta de filme gringo. O responsável por tal proeza é o diretor/roteirista Afonso Poyart, claramente vindo do mundo publicitário e disposto a revolucionar o cinema nacional. E consegue isso sim, com muito estilo.
Inicialmente muita gente pode reclamar, dizendo que ele imita muito os filmes hollywoodianos, mas acho que não seja uma imitação. Ele simplesmente pega elementos bons do cinema em geral e trás pra realidade cinematográfica brasileira, acostumada com filmes que têm sertão, favela, palavrão e bunda.
O filme é frenético. A ação é insana. O modo como o raciocínio de Edgar é mostrado é muito genial, a narrativa não-linear é muito bem feita e o plano... Ah, meus amigos, o plano é “o” plano!
O filme é genial. Ultrapassa tudo o que foi feito no Brasil até hoje. Os atores são muito bons, o enredo por mais fantasioso ou “viajante” que pareça, sabe ser concreto e explicado.
A fotografia escovada é muito boa. A forma como a câmera capta os detalhes é incrível. Desde o suor escorrendo pela testa do traficante Maicon (Marat Descartes) quando sua mãe é xingada, até a bala por dentro do cano indo em direção ao seu alvo.  As pirações de Edgar, as inúmeras referências pop e nerd, os diálogos afiados... Tudo muito bem feito!
Poyart com certeza, além de diretor é cinéfilo. E soube pegar muita coisa boa de seus diretores favoritos. É impossível assistir 2 Coelhos sem ver coisas ali de Guy Ritche, Zack Snyder, Mark Neveldine e Brian Taylor e principalmente Quentin Tarantino, com seu Pulp Fiction.
A trilha sonora é muito boa. Os efeitos especiais também são bons, mostrando que o Brasil tem potencial sim pra fazer grandes filmes de ação!
Uma merecida surpresa no cinema nacional, que consegue inovar e diferenciar e por isso tem todo o crédito na minha opinião. Se você gosta de filmes inteligentes de ação, de filmes dos diretoress citados e quer ver uma inovação brasileira (que inclusive já teve os direitos autorais comprados por Hollywood, que vai fazer o seu próprio remake) não perca 2 Coelhos!

NOTA MECÂNICA: 8,0

Pulp Fiction - Tempos de Violência




 Pulp fiction ("Tempo de Violência", no Brasil) é um filme de 1994, com roteiro e direção de Quentin Tarantino, que tem no elenco: Samuel L. Jackson, John Travolta, Uma Thurman, Bruce Willis, Tim Roth entre outros atores fantásticos. O filme apresenta três histórias contadas de forma não linear, ou seja, fora de ordem cronológica. O filme foi indicado a sete Oscar, entre eles os de Melhor Filme e de Melhor Roteiro Original. O filme também ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
  
Como já havia sido dito antes, o filme apresenta três histórias apresentadas de forma atemporal, sendo elas, a primeira:Vincent Vega e a esposa de Marsellus Wallace”, Onde Vicente Vega (John Travolta) tem que levar a esposa do patrão para se divertir na noite á pedido do próprio patrão. A segunda história é "O Relógio de Ouro", onde Butch (Bruce Willis) é um boxeador, que foi comprado por Marsellus Wallace, porém na noite da luta ele desfaz o acordo tendo que fugir as pressas, porém um imprevisto acontece e Butch tem que mostrar o seu verdadeiro valor. A "Situação Bonnie" é a ultima história onde Vicent Veja (John Travolta) e Jules (Samuel L. Jackson) entram em várias enrascadas, é basicamente nessa história que podemos notar os elementos cinematográficos atuando em conjunto.
O que acontece para Pulp Fiction ser um filme tão aclamado? – A inteligência. Existem momentos que o espectador desatento não consegue pegar, que basicamente dá essa elegância ao filme, fora também o humor somado a violência que faz com que o filme não tenha “partes ruins”. Exemplos? Bom, começando com o imponente Marsellus Wallace, que até certo momento não é revelado hora alguma no filme, quando aparece é na situação mais constrangedora o possível, onde ele não pode fazer absolutamente nada. Outro elemento é a aparência dos personagens, Jules e Vicent enquanto estão em ação, são mostrados sempre em paletó e gravata, bem arrumados, na ultima história, eles tiram os paletós e apenas o “Wolf” permanece em trajes de gala, ilustrando que a partir daquele momento, eles são basicamente “amadores” que fizeram besteira e o “profissional” está ali para ajuda-los a concertar, essa questão também ocorre na primeira história, onde Mia Wallace (Uma Thurman) aparece de forma exuberante, mas depois do Incidente com “entorpecentes”, este quadro muda.
 O elemento que mais prende atenção em basicamente todos os filmes do Tarantino são os diálogos, basicamente de Cães de Aluguel até À prova de morte, os diálogos são impecáveis. Pulp Fiction não escapa dessa regra, temos no primeiro momento a conversa entre Jules e Vicent, onde eles apontam as divergências em diferentes situações com relação a cada país, entre elas, a maconha em Amsterdã, o sistema métrico, diferenças entre fast foods e cinemas na América e no velho continente. O humor é explorado de forma sagaz e precisa (SUBLIME!), Samuel L. Jackson é hilário, esse humor esperto tira a tensão da violência gráfica.
O filme marcou as carreiras dos atores, por exemplo, John Travolta após o sucesso de Grease e Embalos de Sábado à noite, estava com a carreira no modo “Stand-by”. L. Jackson não fazia um grande sucesso naquela época, Uma Thurman era apenas a “Queridinha” de um diretor que fez um grande sucesso.
Basicamente é um dos melhores filmes, eu arrisco dizer, o melhor dos anos 90 (Opinião Própria), com o roteiro bem coeso, muito interessante, personagens cativantes, humor bem aplicado e a violência que todo o filme de Quentin tem que ter.


NOTA MECÂNICA: 10,0

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Os Vingadores



Desde 2008 (quando lançou O Incrível Hulk e Homem de Ferro) a Marvel Studios vem anunciando que planejava fazer algo grande, épico, engenhoso. A partir das pequenas aparições dos personagens de agência S.H.I.E.L.D. (nos filmes são Nick Fury e Agente Coulson, interpretados por Samuel L. Jackson e Clark Gregg respectivamente) que se seguiram também para o segundo filme do Homem de Ferro, Thor e algumas ligações também com o de Capitão América, podíamos perceber que aquele papo de “uma equipe extraordinária” acabaria num filme: Os Vingadores. E o glorioso dia de estreia chegou aos cinemas brasileiros no fim de abril de 2012. E meus caros, Os Vingadores era tudo o que os fãs e nerds queriam e mais um pouco!
A história do filme não trata de explicar muita coisa não, portanto você terá que ter assistido aos outros filmes para entender este. Na trama, Loki (Tom Hiddleston, perfeito e bem a vontade no papel) vai à Terra - depois de ter se refugiado e conseguido cúmplices em outra dimensão – para conseguir uma fonte de poder que ligue ambos os mundos, o que irá causar um estrago imenso no planeta, caso consiga atingir seus objetivos. A S.H.I.E.L.D., que é a superintendência que lida com tais ameaças foi pega de surpresa e perde muitos de seus agentes. Então, o diretor Nick Fury inicia o “Projeto Vingadores”, que é o plano de reunir as pessoas com poderes extraordinários já citadas para proteger o planeta. Reúnem-se Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Viúva Negra (Scarlett Jonhansson) e os agentes Coulson e Maria Hill (Colbie Mulders).
O filme é um prato cheio pros fãs dos filmes da Marvel e principalmente pros fãs de quadrinhos. Arrisco-me a dizer que é o melhor filme de heróis de todos os tempos. O roteiro é bem amarrado, os atores estão bem à vontade e a ação é perfeita. O humor é bastante equilibrado e vem nos momentos certos.  A história sabe reunir todos os filmes já passados e ser também bem fiel às histórias em quadrinhos. É incrível como conseguem se basear nos Vingadores clássicos, nos do Universo Ultimate (no caso, Os Supremos) e também na própria mitologia criada nas telas. O resultado é muito satisfatório. O roteiro do próprio Joss Whedon (que é também o diretor do filme) é muito bacana, sabe dar espaço e conflito próprio a cada personagem na tela, sabendo dividir o momento e a profundidade essenciais pra cada um durante a película toda. Os personagens são bem desenvolvidos (o único que achei que poderia ser mais explorado por conta de seu passado foi o Capitão América), as situações bem explicadas, a história toda bem convincente.
Talvez eu tenha achado alguns errinhos inúteis cronológicos, mas nem irei comentar aqui. São tão irrelevantes junto ao filme todo, que ignoremo-los. O importante aqui é assistir e reassistir o filme. Talvez tenha sido o filme que mais esperei em toda minha vida. Talvez tenha sido o filme mais esperado de muita gente!
É incrível o resultado que produz, principalmente nos mais veteranos. Meu pai só faltava pular da cadeira vendo as cenas de ação com o Hulk. Falava que quando criança (nerd desde guri) lia as revistinhas e sonhava com algo na mesma proporção das histórias que lia, mas que nunca era satisfeito. Pois agora foi, pai.
Os Vingadores é o filme do ano. Não tem pra ninguém! E todos os elogios que recebe, são merecidos. O humor do filme super ácido (o troféu “Troll do Ano” deveria ir para Tony Stark. O Hulk também está hilário – e destrutivo. Definitivamente um Hulk de verdade!), a trilha sonora é encaixada de forma bastante bacana e o clímax (destruição geral na cidade à lá Michael Bay) de arrepiar!
Encerrando, Os Vingadores é tudo o que eu queria que fosse. Consegue realmente surpreender. Pode ir ao cinema, ver em 3D, gastar seu suado dinheirinho sem se preocupar. É filmaço, daqueles que a gente não enjoa e pede bis!

NOTA MECÂNICA: 9,5