sexta-feira, 18 de maio de 2012

Psicose



Alfred Hitchcock foi um dos maiores gênios do cinema. Embora não tenha ganho nenhum Oscar em sua brilhante carreira, o diretor conseguiu deixar sua marca e nunca decepcionou os amantes da sétima arte. Sua maior obra (e consequentemente uma das maiores obras de todos os tempos, desde quando existe cinema) com certeza é Psicose.
Filme polêmico, assustador e profundamente psicológico, Psicose chega a ser soberbo, inexplicável, perfeito. O filme é uma obra de arte. Cada ângulo, cada enquadro, cada fala, cada corte. Tudo sublime.
A trama gira em torno de Marion Crane (Janet Leigh, cujo olhar expressivo fala por si só e atrai mais que toda sua beleza), secretária de uma imobiliária que acaba roubando de um cliente rico 40 mil dólares e fugindo, para recomeçar a vida com o amante. Na estrada, antes do anoitecer, resolve parar e dormir num motel. É aí que conhece Norman Bates (Anthony Perkins, inspiradíssimo), dono do hotel, dominado pela mãe que é inválida por problemas de saúde. A senhora Bates é ciumenta e não deixa Norman relacionar-se com nenhuma garota. Quando Norman vira amigo da nova hóspede, ocorre o assassinato de Marion. Resta ao detetive Milton Arbogast (Martin Balsam), à irmã de Marion, Lila (Vera Miles) e ao amante de Marion, Sam Loomis (John Gavin) descobrir o que houve no quarto do motel.
O filme possui uma das cenas mais memoráveis de todas, a da morte no chuveiro. A música de Bernard Herrmann ajuda em todo o clima psicótico de tensão e assusta na cena citada. Aliás, tal cena é perfeita. Os cortes usados, os closes na face de Marion morrendo, o som das facadas entrando em seu corpo (o áudio original é de facas sendo cravadas em melões), a música crescente, tudo muito assustador e perfeito.
O roteiro é conciso, enigmático, e foi escrito por Joseph Stefano, baseado num livro de Robert Bloch cujos direitos autorais Hitchcok comprou em segredo, por 9 mil dólares.
Psicose é diferente de tudo o que você já viu. E se você viu algo parecido, o que você viu foi inspirado na obra de Hitchcock. O filme é único! Primeiramente, ele troca de personagens principais aos 40 minutos. A personagem da primeira metade do filme é Marion e quando ela é assassinada o foco muda totalmente e vemos Arbogast entrar em ação. Mas quem brilha mesmo no filme, cá pra nós, é Anthony Perkins com o seu Norman Bates, que já é um dos personagens mais cultuados do cinema. Psicose rendeu 3 continuações e um péssimo remake (não chamaria de remake, chamaria de cópia descarada, uma vez que tudo é igual: falas, ângulos, caraterizações), nenhum deles dirigido pelo mestre Hitchcock. As continuações são boas e a última é dirigida pelo próprio Perkins.
Hitchcock dá em Psicose uma aula de como se fazer cinema não só de suspense, mas como arte. Há detalhes tão preciosos, tão inspirados que eu poderia ficar falando e falando aqui sem parar. É um filme pra quem gosta de cinema. É um filme para poucos. E com certeza, um dos melhores que já vi.

NOTA MECÂNICA: 10,0

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