Sherlock Holmes,
filme de 2010 dirigido por Guy Ritchie fez um tremendo sucesso e estardalhaço
no mundo da sétima arte. Primeiro, que ele trazia uma nova interpretação do
clássico e eterno personagem criado por sir Arthur Conan Doyle, adicionando
ação e pitadas de humor, coisas pouco cotidianas nos contos de ACD. Segundo,
porque trazia Robert Downey Jr., ex-badboy e agora ‘o cara’ em Hollywood,
graças ao seu carisma no sucesso Homem de Ferro. Uma continuação era mais do
que esperada.
E eis que chega aos cinemas brasileiros Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras, novamente dirigido por Ritchie
e estrelado por Downey Jr., além de ter Jude Law novamente como Dr. Watson,
Kelly Reilly como Mary, Rachel McAdams como a linda Irene Adler e a estréia de
Noomi Rapace como a cigana Simza, Jared Harris como o vilão James Moriarty e
Stephen Fry como o excêntrico e genial irmão de Sherlock, Mycroft Holmes.
Eis a sinopse: Moriarty, vilão obscuro do primeiro filme
(aquele, que nunca dava as caras e ficava escondido nas sombras) resolve
aparecer de vez, e revela-se um oponente mais genial e maligno do que Holmes
poderia pensar. Seu nêmesis. Enquanto isso, Sherlock precisa lidar com o
recente casamento de Watson, ajudar a cigana Simza a encontrar seu irmão e
impedir a primeira guerra mundial, tudo isso bem amarradinho e conciso no
roteiro. Supimpa!
O humor do filme continua afiadíssimo! O elenco também ajuda
(e muito!) não só nas partes engraçadas, mas como num draminha (que poderia ser
usado melhor pra fazer o espectador encher os olhos de lágrima, se bem
aproveitado) inserido aqui (e que termina sem um final ou explicação dignos.
Falha do filme.) e que só mostra como os atores escolhidos são os ideais.
Downey Jr está perfeito como Sherlock. Se reclamaram que no
primeiro ele repetia o papel de Tony Stark que fez em Homem de Ferro, aqui ele
adiciona mais personalidade ainda e faz um personagem mais profundo, embora
mais excêntrico e maluco que o Holmes dos livros numa primeira impressão, no
inicio do filme. Logo ajeita-se e esquece-se comparações. Estamos num filme de
Guy Ritchie. Em um dos melhores do jovem diretor.
A trilha sonora composta pelo brilhante Hans Zimmer é
estupenda, soberba. Assim como no primeiro filme, abusa-se de violino, mas o
velho Zimmer supera-se. Os efeitos especiais estão excelentes, reconstrução dos
cenários, figurino e fotografia. Fotografia inclusive, magnífica, tons
cinzentos, obscuros e até claros muito bem produzidos, encaixados e pincelados.
A câmera de Ritchie é nervosa, acompanha os personagens de perto, acompanha os
objetos e armas por dentro. É rápida, detalhista, viajante. A câmera Phanton
usada para as cenas em câmera lenta é perfeita e rende as melhores sequências
do filme (daquelas que ‘pagam o ingresso’), como a da fuga na floresta e o jogo
de xadrez no final.
O filme é mais inteligente. Embora tenha mais ação que o
primeiro, aqui ela é mais elaborada, assim como os planos de Holmes, infalíveis
e surpreendendo-nos segundo a segundo.
Resumindo, Guy Ritchie supera-se e não cria mais um pipocão
de verão pra ganhar dinheiro (embora o dinheiro seja um grande objetivo). Ele
cria um pipocão estilizado, inteligente e divertido. Com toda certeza, Sherlock
Holmes: O Jogo das Sombras supera o excelente primeiro filme, graças à
qualidade exposta aqui, graças às melhorações e ao aprendizado que Ritchie
obtivera entre o primeiro e o segundo. Pode ir no cinema sem pena de gastar
dinheiro. É diversão garantida!
NOTA MECÂNICA: 8,5
NOTA MECÂNICA: 8,5
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