quinta-feira, 15 de março de 2012

Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras


Sherlock Holmes, filme de 2010 dirigido por Guy Ritchie fez um tremendo sucesso e estardalhaço no mundo da sétima arte. Primeiro, que ele trazia uma nova interpretação do clássico e eterno personagem criado por sir Arthur Conan Doyle, adicionando ação e pitadas de humor, coisas pouco cotidianas nos contos de ACD. Segundo, porque trazia Robert Downey Jr., ex-badboy e agora ‘o cara’ em Hollywood, graças ao seu carisma no sucesso Homem de Ferro. Uma continuação era mais do que esperada.
E eis que chega aos cinemas brasileiros Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras, novamente dirigido por Ritchie e estrelado por Downey Jr., além de ter Jude Law novamente como Dr. Watson, Kelly Reilly como Mary, Rachel McAdams como a linda Irene Adler e a estréia de Noomi Rapace como a cigana Simza, Jared Harris como o vilão James Moriarty e Stephen Fry como o excêntrico e genial irmão de Sherlock, Mycroft Holmes.
Eis a sinopse: Moriarty, vilão obscuro do primeiro filme (aquele, que nunca dava as caras e ficava escondido nas sombras) resolve aparecer de vez, e revela-se um oponente mais genial e maligno do que Holmes poderia pensar. Seu nêmesis. Enquanto isso, Sherlock precisa lidar com o recente casamento de Watson, ajudar a cigana Simza a encontrar seu irmão e impedir a primeira guerra mundial, tudo isso bem amarradinho e conciso no roteiro. Supimpa!
O humor do filme continua afiadíssimo! O elenco também ajuda (e muito!) não só nas partes engraçadas, mas como num draminha (que poderia ser usado melhor pra fazer o espectador encher os olhos de lágrima, se bem aproveitado) inserido aqui (e que termina sem um final ou explicação dignos. Falha do filme.) e que só mostra como os atores escolhidos são os ideais.
Downey Jr está perfeito como Sherlock. Se reclamaram que no primeiro ele repetia o papel de Tony Stark que fez em Homem de Ferro, aqui ele adiciona mais personalidade ainda e faz um personagem mais profundo, embora mais excêntrico e maluco que o Holmes dos livros numa primeira impressão, no inicio do filme. Logo ajeita-se e esquece-se comparações. Estamos num filme de Guy Ritchie. Em um dos melhores do jovem diretor.
A trilha sonora composta pelo brilhante Hans Zimmer é estupenda, soberba. Assim como no primeiro filme, abusa-se de violino, mas o velho Zimmer supera-se. Os efeitos especiais estão excelentes, reconstrução dos cenários, figurino e fotografia. Fotografia inclusive, magnífica, tons cinzentos, obscuros e até claros muito bem produzidos, encaixados e pincelados. A câmera de Ritchie é nervosa, acompanha os personagens de perto, acompanha os objetos e armas por dentro. É rápida, detalhista, viajante. A câmera Phanton usada para as cenas em câmera lenta é perfeita e rende as melhores sequências do filme (daquelas que ‘pagam o ingresso’), como a da fuga na floresta e o jogo de xadrez no final.
O filme é mais inteligente. Embora tenha mais ação que o primeiro, aqui ela é mais elaborada, assim como os planos de Holmes, infalíveis e surpreendendo-nos segundo a segundo.
Resumindo, Guy Ritchie supera-se e não cria mais um pipocão de verão pra ganhar dinheiro (embora o dinheiro seja um grande objetivo). Ele cria um pipocão estilizado, inteligente e divertido. Com toda certeza, Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras supera o excelente primeiro filme, graças à qualidade exposta aqui, graças às melhorações e ao aprendizado que Ritchie obtivera entre o primeiro e o segundo. Pode ir no cinema sem pena de gastar dinheiro. É diversão garantida!

NOTA MECÂNICA: 8,5

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