Os Muppets são personagens criados por Jim Henson que já
fazem parte da vida da gente (nós, seres humanos, tá? Não sou tão velho) desde a década de 1950. São bonecos-fantoches
(humanóides, animais, extraterrestres e uns esquisitos aí) que já participaram
de shows, programas de televisão, filmes e que em 2011 invadiram mais uma vez as
telonas, numa tentativa empreendedora da Disney (que comprou os direitos sob os
personagens em 2004) para lançar os Muppets de volta ao mercado e fazer a
alegria da galera. Porque Muppets não é só para crianças. É para todos!
Começo dizendo que o filme é melhor do que esperava. Ele tem
algo, uma ‘magia’ (tipico da Disney, não?) que te leva para o mundo do filme
pela mão, te larga lá e no fim da película lá está você, radiante com o retorno
dos carinhas!
A sinopse do filme é interessante. Ela trata da situação
real dos Muppets. Os personagens (Kermit, o sapo – outrora chamado ‘Caco’ -,
Miss Piggy, o urso Fozzie e etc.) estão ofuscados, desempregados, esquecidos.
Não são mais ‘Os Muppets’, que faziam sucesso na tv e no cinema. E a situação
piora quando eles assinam um contrato em que se não conseguirem dez milhões de
dólares em um curto período de tempo, irão perder também todo o estúdio Muppet
e tudo o que construíram com o tempo. Até que um fã (também fantoche) decide encorajá-los a fazer
uma espécie de TeleTon para arrecadar dinheiro e de quebra fazer com que voltem
à ativa.
O filme é um retrato real do que aconteceu com personagens
tão queridos. E isso, meus caros é triste. Os Muppets eram donos de um humor
refinado, que alegrava desde os mais pequenos com suas canções e cores, até os
mais velhos, com suas sacadas irônicas e participações especiais. Eles foram
simplesmente esquecidos! Apagados, não só nos EUA como aqui no Brasil, que tem
a sua própria versão afiliada dos Muppets, A Vila Sésamo (não aquela da TV
Cultura. Aquela ali é totalmente sem-graça)!
É triste você chegar para uma criança de hoje e perguntar se
ela conhece a Miss Piggy e receber uma resposta negativa! Portanto, a Disney
está de parabéns pela empreitada. Aliás, Jason Segel está de parabéns, como
produtor, roteirista e ator, ou seja, o cara que tomou sobre si o árduo
trabalho de tentar atualizar a franquia para a nova geração e faz isso com
maestria!
Primeiramente o filme é um musical de primeira. Todas as
músicas são contagiantes, bem elaboradas (A música ‘Man or Muppet’ ganhou o
Oscar de Melhor Canção Original. Não teve a mesma diversidade sonora que “Real
in Rio”, de Carlinhos Brown, mas valeu) e sabem tirar sarro de si mesmas! Mesmo
que no início pareça estranho, logo você está lá, contagiado pelas músicas ou
coreografias, encantado, como eu fiquei. As piadas são um show à parte. Nunca
vi um filme usar tanta metalinguagem para curtir com ele próprio e com a
linguagem cinematográfica, com piadas muito boas sobre cinema em geral, em meio
a várias referências.
O filme consegue encantar mesmo. E o que mais torço, é que
ele funcione e os Muppets voltem. E acho que quem assiste também torce por
isso. É incrível, mas o filme te faz querer vê-los de novo! Aos mais velhos,
faz voltá-los a um tempo em que o humor era puro, infantil e mesmo assim
engraçado! Te faz voltar a uma era de ouro, a uma era de diversão! E o mais
fantástico: quem não acompanhou os Muppets consegue sentir falta de um tempo
que não viveu! É impressionante!
Realmente um filmezinho pra assistir com toda a família, sem
pressa, relaxando. Sem esperar um roteiro engenhoso, cheio de ação, mas algo simples,
infantil e revigorante em meio a tantos ‘pipocões’ de hoje em dia (sim, me
refiro a você, Michael Bay!).
Cenas musicais supersimpáticas, atuações muito boas (Jason
Segel e Amy Adams no papel de um casal tão puro, tão simples, em plena
homenagem ao antigo cinema. Chris Cooper como um vilão tão clichê que acaba
sendo bom, com ótimas tiradas de humor. Jack Black, fazendo participações pra
lá de especiais, além de estrelas teen Disney e Zach Galifianakis!), piadas
muito bacanas e uma direção competente fazem com que Os Muppets voltem com
tudo, e por favor, peço: voltem pra ficar.
NOTA MECÂNICA: 9,0
NOTA MECÂNICA: 9,0