sexta-feira, 29 de junho de 2012

Janela Indiscreta



Um fotógrafo (James Stewart) quebra a perna durante o serviço. É então fadado a ficar em casa de licença, sem fazer absolutamente nada, recebendo as visitas de uma enfermeira diariamente e sem contatos com o mundo exterior, sem ao menos poder sair à rua. Então começa a ter o estranho costume de passar suas horas (ou melhor, seus dias) observando a vida dos vizinhos, pela janela com um binóculo.
A história é simples, não é mesmo? Hitchcock consegue transforma-la em algo grandioso. Ao primeiro olhar, temos um filme onde 90% dele se passa no mesmo cenário: a sala de estar do personagem principal. Mas, para demonstrar um pouco da genialidade de Hitch, e se eu disser que o fotógrafo começa a notar algo de estranho no comportamento de seus vizinhos? E se o vizinho dele for um assassino que matou friamente a esposa, esquartejou seu corpo e deu sumiço total?
Hitch nos lança numa atmofesra de completo suspenso a partir de uma premissa simples, onde o fotógrafo numa espécie de fetish voyer vê coisas suspeitas e cria uma teoria conspiratória que pode estar 100% certa. Ou não. A questão é que somos lançados na paranóia de Jeff (Stewart), que ainda consegue incluir sua namorada Lisa (a bela Grace Kelly, em mais um papel em parceria com Hitch) e a enfermeira, colocando ambas para participar de seus delírios ou suspeitas sobre o vizinho, Lars Thorwald (Raymond Burr, presente nas horas certas).
Até que chega o amigo detetive de Jeff, Thomas J. Doyle (Wendell Corey) e prova que são coisas da cabeça de Jeff, que há explicações plausíveis para a mulher ter sumido, Lars sair com malas de madrugada, entre outras. Será que Jeff está mesmo enganado?
Com uma premissa simples e uma direção majestosa, Alfred Hitchcock te pega pelo braço e te joga no mundo fechado de Jeff, durante os 100 minutos de filme dentro daquele quarto, em clima de voyerismo e profundo suspense.
Com o tempo, o mistério aumenta até culminar no surpreendente final. Mais uma vez é Hitchcock fazendo arte. Uma coisa que amo nos flmes de Hitch mas que adoro nesse em particular: os diálogos. É delicioso ver as conversas de Jeff com a enfermeira, e interessante o modo com o personagem de Stewart gosta de Lisa, a garota rica que é apaixonada por ele, mas não tem medo de compromisso.
Trilha sonora, fotografia, roteiro, elenco e principalmente direção, tudo com a qualidade de Hitch, que mais uma vez surpreende.
É incrível como o filme começa pequeno, simples, bem-humorado, talvez monótono. Com o passar de uns 30 minutos, bang!: bem-vindo ao mundo do mestre do suspense.
Mais um filme imperdível. Recomendadíssimo!

NOTA MECÂNICA: 9,0
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