quarta-feira, 4 de abril de 2012

As Viagens de Gulliver

Sabe quando a indústria de Hollywood dá a louca e diz “meu, vou estragar uma história, trazendo ela para os dias de hoje”, como eles estão fazendo com os “Deu a Louca na ...” ou esses filmes de “A Bela e a Fera” com Vanessa Hudgens?
“As Viagens de Gulliver” é um típico “filme atualizador” como esses citados acima e tenta trazer a história de Gulliver, escrita pelo irlandês Jonathan Swift (cujo nome nem é citado nos créditos, mostrando o quão o filme é “fiel” ao livro) para o mundo de hoje. Até aí, tudo bem, já que o “Minority Report” de Spielberg e o “Eu, Robô” de Alex Proyas são muito bons, mas este Gulliver, dirigido por Rob Letterman é um desastre.
Em primeiro lugar, o filme que não se leva a sério. Tem horas que ele apela pra um lado romântico (beeem mongó mesmo) e em outras é totalmente infantil (como aquele musical do final com o Jack Black dançando, cantando uma música que em inglês é até legal, mas que no português ficou uma das piores coisas que já ouvi em uma dublagem, e ainda por cima, com os Ompa Loompas lá) e ainda, em outras, tenta passar um misto de lição de moral e mensagem pra encorajar você – que é acima do peso, nerd e não consegue fazer ninguém se apaixonar por você – bem tosca mesmo.
Mas o pior não é nada disso. Na minha opinião, o pior mesmo é a quantidade de “inimaginável” e “irreal” colocado no filme, dignos de Tim Burton! Como é que uns seres pequeninos de Lilliput conseguem construir uma mansão (que é muito parecida com a de Tony Stark em “Homem de Ferro”) em pouco tempo? Só uma porta da casa é o Empire State pra eles! E aquele robô tosco do final? Os lilliputianos são do tamanho de um parafuso! Como eles conseguiram montar um robô daquele? Falando no robô, eu fiquei na expectativa de a qualquer momento ele gritar ‘I am Megatron’ e perguntar sobre o Cubo! Mas para que a cabeça do leitor internauta aí não fique confusa, vou explicar a sinopse:
Lemuel Gulliver (Jack Black, um tanto caricato e repetitivo, mas que consegue conduzir a película, nos trazendo piadas por causa de sua aparência física) trabalha há 10 anos como entregador de correspondência de um jornal de Nova York. Ele sonha em ser algo maior, mas não tem coragem para se arriscar junto aos editores de seu local de trabalho. O mesmo vale para Darcy Silverman (Amanda Peet quase não aparece e pra mim não fez muita diferença não), editora do jornal por quem é apaixonado há anos. Um dia, pressionado para que enfim se declare, ele se enrola e acaba recebendo uma oferta para que escreva um texto sobre suas viagens, que será analisado por Darcy. Como consequência, ela o envia para realizar uma matéria no Triângulo das Bermudas, onde ficará por três semanas. Só que, ao chegar lá, seu barco é tragado por uma forte tempestade, que o leva à cidade de Lilliput, onde as pessoas são bem pequenas. Inicialmente Gulliver é considerado uma ameaça, mas aos poucos conquista a simpatia dos moradores locais e modifica por completo sua rotina.
Bom, vou dizer mais algumas coisas. Trata-se de um filme cool, com referências nerds (desde Star Wars, a Guitar Hero, passando por Avatar, 24 horas e Kiss) e um certo humor não tão inteligente. O filme peca em muitas coisas, principalmente em sua transição de tempo, em seus efeitos especiais meio esquisitos (é difícil ver um chroma key tão mal feito) e também no fato de não ter história e seu roteiro ser totalmente remendado. Parece que o cara tá em Manhattan, outra hora ele tá no triângulo, outra em Lilliput, depois em Manhattan em um piscar de olhos!
É o tipo de filme pra você ir ver sem compromisso com seus filhos, assistindo com cabeça aberta, não se importando com as grandes falhas que o filme tem (embora seja difícil não fazê-lo). É sentar na poltrona, relaxar, rir do estômago alto de Jack Black, dos seus conselhos amorosos e de algumas situações do filme. Vá pro cinema só mesmo por ir, dar uns risos, se divertir… Nada mais. Ah, e um conselho de amigo: não assista em 3D, senão não dá certo!

NOTA MECÂNICA: 3,5

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, nos diga o que achou da crítica, nos conte sua opinião sobre o filme e participe desta Pipoca!