sexta-feira, 16 de março de 2012

Sucker Punch: Mundo Surreal


Como é vasta a criatividade do nosso querido amigo Zack Snyder! “Madrugada dos Mortos”, “300″, “Watchmen – O Filme” e“A Lenda dos Guardiões”.
Em todos os seus filmes, podemos ver muita capacidade para figurino, trilha sonora (sempre impecável), ação e acima de tudo slow-motion. Mas, como o pipoqueiro atento aí percebeu, todos os filmes de Snyder são baseados em obras de outras pessoas, sejam remakes, livros ou graphic novels. Mas isto já acabou. Em março de 2011, chegou aos cinemas tupiniquins “Sucker Punch – Mundo Surreal”, filme que Snyder tem o prazer de bater no peito e dizer “foi minha a ideia! Eu escrevi, produzi e dirigi!”. Bom, ele nunca falou nestas palavras, mas foi isso que aconteceu.
Snyder põe sua mente pra trabalhar neste filme que nasceu em seu cérebro desde quando era um diretor de clipes mequetrefe, lá na década de 90, e veio tornar-se realidade agora, a todo vapor.
Sucker Punch a primeiro olhar parece ser um filme complexo (e é mesmo), mas depois de uns 40 minutos de filme, você já está sendo imerso no mundo snyderiano e literalmente entra em um mundo surreal. O filme conta a história de Baby Doll (Emily Browning), garota que após a morte da mãe, se vê imersa em um mundo cruel e violento, onde ela e sua irmã mais nova sofrem na mão de seu padrasto. Em uma tentativa desesperada de salvar a irmã, Baby Doll acaba passando dos limites para com seu padrasto e é internada por ele em um manicômio. Faltando 5 dias para que sofra a lobotomia e perca a memória, Baby Doll vê sua oportunidade de fugir da realidade cruel: a imaginação, a única ferramenta que pode garantir sua liberdade.
Junto com 5 garotas também aprisionadas, ela concentra toda sua imaginação e criatividade num mundo que cria para fugir da dor e constrói um plano para escapar do local. Mas em meio a realidade e à imaginação, as conseqüências são ameaçadoras e podem ser trágicas.
O filme é muito bom. Parece uma colagem de vários videoclipes da Evanescense que vemos na MTV, e os primeiros cinco minutos são perfeitos. Divinos, eu diria. Snyder mostra toda sua competência durante a película e demonstra que é um dos melhores diretores queHollywood tem na atualidade. As cenas de ação são as mais belas e bem feitas que vi nos últimos anos e na telona ganham uma aparência de tirar o fôlego.
A fotografia é excelente: desde os cenários até os ângulos inusitados que Snyder consegue para frisar seu slow-motion (agora mais presente do que nunca). O filme é uma verdadeira aula de como criar um longa para agradar à multidões. Parece que Snyder pegou tudo o que entendia de música, de “Matrix”, de Senhor dos Anéis e de todos os seus filmes e elementos pop da sétima arte, bateu num liquidificador e fez um suco fantasticamente saboroso.
As cores cinzentas que compõem o mundo real (me lembraram muito The Spirit) e as quentes que compõem o imaginário ajudam a fazer com que você seja imergido no mundo de Snyder como por mágica. As interpretações não estão ruins, a trilha sonora é excelente, o clima sombrio e a temática pesada chega a causar agonia de tão reais (que ironia!).
Poderia dizer que é o filme perfeito, se não fosse pelo final desnecessariamente trágico. Parece que Snyder queria surpreender o público em todos os aspectos, até mesmo criando uma reviravolta meio que desnecessária (mas nada que estrague o filme, em minha opinião).
É o tipo de filme pra se assistir várias e várias vezes até entendê-lo por completo e captar toda a informação e beleza que Snyder quis transmitir. E que venha o Blu-ray Director’s Cut!

NOTA MECÂNICA: 9,0

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