domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Invenção de Hugo Cabret



Caros, antes de começar a falar sobre este belíssimo filme de Scorsese,  quero dizer que estou emocionado. Mas emocionado mesmo, maravilhado, eu diria. Embasbacado. Impressionado. Tudo com "ado" que consiga descrever minha sensação ao terminar de ver Hugo Cabret.
Pronto, agora sim, podemos falar sobre esta pequena obra-prima do novo cinema. A história, baseada no livro homônimo, conta a história de Hugo(Asa Butterfield), um garotinho órfão que vive dentro de um relógio em Paris. Ele é solitário e sua única companhia é a de um homem-máquina (uma espécie de Pinóquio mecânico) que seu falecido pai (Jude Law) lhe deu. Para "ligar" a máquina, Hugo precisa de uma chave que não lhe pertence. A expectativa de ligar o homem-máquina é grande, pois Hugo acredita que ele traga uma mensagem do próprio pai. Mas o que vai descobrir é algo muito maior que isso.
Scorsese, conhecido por filmes como Taxi Driver, Touro Indomável e Os Infiltrados, nos entrega um filme infantil altamente recomendado para todas as idades e amantes de cinema em geral. Aliás, ao assistir a Hugo Cabret, ficou-me a dúvida, se realmente os pimpolhos iriam se identificar ao filme. Embora misture gêneros, efeitos sonoros, cenas coloridas e um certo toque de "magia", o filme tem uma trama bem complexa para a cabeça dos guris. Mas esqueçamos faixas etárias (sei que vai agradar a todos no geral), atuações (excelentes) e fotografia (belíssima, a prova de que uma versão live-action de Tintim pode ser feita) e nos apeguemos ao que o filme tem de mais belo: o cinema. Hugo Cabret começa sendo uma dessas historinhas de órfãos com seu "brinquedo mágico" que a gente vê na Sessão da Tarde e termina sendo uma grande homenagem ao cinema. Mas homenagem mesmo, sabe? Daquelas que faz cinéfilo se arrepiar.
O motivo de tal homenagem? Simplesmente um dos personagens principais do filme (e o destaque da trama, pra ser mais específico) é George Méliès, velho e esquecido. Não posso expressar minha surpresa e emoção ao ver Viagem à Lua (1902) foi retratado. Mas eis que a surpresa só aumentaria. Toda a obra de Méliès está ali, e no fim, Hugo Cabret acaba sendo uma jornada cinematográfica, ao início do cinema. Ao início mesmo, sabe? Impressionante como um filme de aventura e fantasia torna-se documentário, depois vai para a ficção-científica e transita entre gêneros tão belamente.
Hugo Cabret é uma verdadeira mensagem de agradecimento, não só a Méliès, mas ao cinema em geral.
Uma história sensível, encantadora, cinematográfica. Uma viagem ao início do cinema está te esperando, e assim como o homem-máquina, você só precisa da chave do coração para aprecia-la.

NOTA MECÂNICA: 9,5

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