quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


No início do século XXI estreava nos cinemas a talvez maior franquia cinematográfica desde Star Wars (eu mesmo a considero a melhor de todas), O Senhor dos Anéis. A Sociedade do Anel, primeira parte da franquia, estreara em 2001, seguida de As Duas Torres em 2002 e O Retorno do Rei, em 2003.
Logo, as aventuras do pequeno hobbit Frodo Bolseiro juntamente com os guerreiros da Sociedade do Anel em busca da destruição do Um Anel viraram fenômeno em todo o mundo, criando uma legião de fãs não só dos filmes mas trazendo novos adeptos aos livros de J.R.R. Tolkien, escritor das sagas sobre a Terra-Média.
O Senhor dos Anéis são três livros que fazem parte de tais sagas, mas sempre houve a dúvida do porquê de os estúdios resolverem trazer logo as aventuras de Frodo e companhia para as telonas, quando O Hobbit, livro que conta uma história anterior e que é igualmente bom e épico (considerado por alguns até o melhor de todos) não seria adaptado.
Pois bem. Após Peter Jackson fazer grana, sucesso e conquistar ao todo 17 estatuetas do Oscar com sua trilogia, era hora de Hollywood fazer dinheiro em cima da mesma fórmula. Guilhermo Del Toro foi então chamado para dirigir O Hobbit. Protocolo, trabalhos alheios e questões por aí no entanto, afastaram o diretor de Hellboy ainda na fase do roteiro, e Jackson foi novamente convocado para dirigir essa espécie de epílogo.
Pra quem esperava um filme menor (com a desculpa de que continuações ou ideias "repetidas" dão lixo no cinema) ou até mesmo mais bobo (por conta de O Hobbit ser um livro infantil, que Tolkien escreveu para seus filhos), há de pagar-se algumas línguas. Jackson nos entrega um filme tão épico quanto ou até mesmo melhor que a saga do Um Anel.
Aqui, conta-se a história de Bilbo Bolseiro, tio de Frodo e personagem secundário da primeira trilogia. Jackson trata de fazer as adaptações e apresentações necessárias, até mesmo acrescentando coisas que não estão no livro, tudo para criar uma conexão com a saga passada.
Bilbo (Martin Freeman) é um pacato hobbit que, convocado pelo mago Gandalf (Ian Mckellen) embarca em uma grande aventura atrás de um tesouro guardado pelo dragão Smaug (Benedict Cumberbatch). Em sua companhia, vão os anões  Bofur, Ori, Kili, Fili, Dwalin, Oin, Bombur, Dori, Gloin, Balin, Nori, Bifur e o líder Thorin, Escudo de Carvalho.


Não há tanta coisa a ser observada no filme, podendo ser resumido no seguinte argumento: quem dorme assistindo ou não suporta O Senhor dos Anéis vai sentir o mesmo com O Hobbit. Já quem amou a trilogia inicial, vai ter aqui um prato cheio, tanto pra fãs de Tolkien como para fãs de filmes épicos em geral!
Por ser um livro infantil, O Hobbit não é tão sombrio ou violento como O Senhor dos Anéis, o que dá espaço a momentos musicais muito bem executados e também a piadas a todo o momento, transformando a aventura em algo mais leve e acessível a todos.
Quem não entendia bulhufas de nada sobre a Terra-Média em OSDA, aqui terá mais explicações sobre tudo, visto que esta história vem antes da filmada inicialmente. Aqui há a apresentação de vários personagens das outras sagas, algumas ligações que o próprio Jackson criou, inspirado pelo roteiro de Del Toro.
Os efeitos especiais são um show à parte. Se em OSDA já vemos um esplendor de CGI, aqui em O Hobbit a técnica é muito mais elaborada, e todos os personagens fantasiosos são feitos com qualidade excepcional pela Weta Workshop. Só achei ruim que os orcs outrora interpretados por atores maquiados tenham sido substituídos por atores com captura de movimento, ou seja, digitais.
Outra coisa que também é resultado da evolução tecnológica: os cenários reais não aparecem tanto, dando lugar a muitas paisagens digitais, porém belas.
A câmera usada é novidade e dá um aspecto mais fluído (e ligeiro!) aos personagens. Veja bem: 1 segundo de video, equivale a em média 24 frames (ou "imagens", "fotos", como queira), cada um a centésimos de segundo. Em O Hobbit, são 48 frames por segundo, dando um resultado diferente até mesmo na qualidade da imagem. Note que "diferente" não é sinônimo de "ruim". Logo nos acostumamos e nem reparamos nada de frames, segundos ou coisa do gênero!
Atores excelentes, cenários e efeitos especiais super bem feitos e roteiro coeso são suficientes para criar um grande filme de aventura, mas filme épico que se preze precisa de trilha sonora grandiosa! Todos os filmes da saga passada foram premiados com estatuetas por trilha sonora e com certeza com O Hobbit não será diferente. A trilha sonora é estupenda! As músicas dos anões, o suspense, a magnífica música cantada por Thorin e até mesmo a já conhecida "trilha sonora do Anel" marcam todo o filme, sempre encantando.



No fim, O Hobbit é uma grata surpresa de fim de ano, valeu muito a pena esperar anos pra assistir! Está aí para prestigiar os fãs, atrair os mais novos, marcar a sétima arte e quem sabe ganhar algumas estatuetas? Que venham os próximos filmes dessa nova trilogia preciossssssa!


NOTA MECÂNICA: 9.0

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