John Carter é um personagem criado há aproximadamente 100
anos atrás, por Edgar Rice Burroughs,
criador também do personagem Tarzan. O livro “A Princesa de Marte” é um
sucesso até hoje, e serviu como base para muitas aventuras cinematográficas e
literárias que vemos por aí. Este é um tópico, inclusive, que faz o filme John Carter: Entre Dois Mundos perder
um pouco de força, mas nada que tire seu mérito de filmaço. A perda de força
vem pelo fato de várias outras obras cinematográficas terem referências
retiradas de John Carter e terem vindo primeiro, uma vez que várias vezes a
história escrita por Edgar Rice foi planejada para as telonas (a primeira delas
em 1931. Teria sido o primeiro desenho animado da história), e nunca saiu,
dando lugar a filmes como Star Wars e Avatar, para pegar coisas importantes de
sua essência e já usar, fazendo com que o filme pareça um pequeno amotoado de
clichês, sendo que ele é “o” original. Como eu disse, nada que atrapalhe o
espetáculo visto nas telas. John Carter não é mais um pipocão cheio de ação
feito para agradar multidões. John Carter é épico!
A história narra a saga de John Carter(Taylor Kitsch,
muito bom mesmo. Perfeito para o papel e uma promessa para a nova geração),
capitão da Guerra da Secessão americana que aparentemente ”morre” na Terra e “ressuscita”
em Marte, onde há vida e precisa salvar uma princesa (Lynn Collins,
consegue convencer, embora ainda falte algo para ser reconhecida por sua
atuação e não só pela beleza ou pelos belos olhos) – por quem
se apaixona – de um casamento arranjado que pode definir o futuro do planeta
vermelho.
A história pode realmente parecer clichê, uma vez que temos
várias referências vistas em outras películas (“Dança com Lobos”, “Pocahontas”,
“O
Último Samural”, “Star Wars”, e “Avatar”, entre outros),
mas o filme consegue se sobressair, sendo, na minha opinião, melhor até mesmo
que Avatar.
A direção de Andrew Stanton (novato em filmes live-action e mestre de obras-primas da
Pixar) é super competente. Ele sabe criar clímax, dirigir cenas de ação como
ninguém, encaixar cenas bem-humoradas nas horas certas e principalmente passar
o drama vivido pelos personagens (em especial o de Carter e seu passado). As
atuações estão muito boas. Dominic West
deixa um pouco a desejar, fazendo o mesmo tipo canalha que vimos em 300.
Quem brilha mesmo, novamente é Mark
Strong, fazendo um papel interessante como vilão.
A história é muito bem narrada, e só cresce com o decorrer
do filme, te empolgando e envolvendo de segundo a segundo. O roteiro é bem
amarrado, e tem uma “reviravolta” interessantíssima no final, que curti muito.
Os pequenos podem ficar meio perdidos quanto à mitologia, mas as cenas de
aventura que mostram Carter guerreando ou saltando feito um Hulk, devem encher
seus olhos. A violência é bem utilizada, moderada e não chega a chocar, mas vem
em momentos oportunos. Os efeitos especiais são um show à parte. Idealizados
pela Legacy Effects (Avatar, Homem de Ferro – armadura e Cowboys e Aliens –
alienígenas), são muito bem executados e ganham profundidade em 3D.
A fotografia é muito boa, muito bem representada tanto nas
cenas que se passam nos EUA como em Marte, tudo muito bem feito. A trilha
sonora de Michael Giacchino é marcante e pode ser comparada às grandes trilhas
do cinema, entrando perfeitamente nas cenas românticas, dramáticas e
principalmente nas épicas, afinal o que seriam os filmes épicos sem a trilha
sonora empolgante nas cenas de guerra? E John Carter, meus amigos, é um baita
épico! Tem guerra, frases de efeito, conspirações e a ilustre presença do próprio Edgar Rice (vivido por Daryl Sabara, o Juni Cortez de Pequenos Espiões) como o sobrinho de John Carter, numa metalinguagem muito interessante! Pode ter algumas explicações faltando ou coisas que poderiam ser melhor exploradas, mas nada que afete. Continua sendo um baita filme!
Há algo preocupante, porém na bilheteria do filme: a Disney
investiu pesado para criar o rico e vasto mundo que vemos na tela: foram 250
milhões de dólares! Para o filme lucrar mesmo, a bilheteria em todo o mundo
teria de render aproximadamente 700 milhões de dólares, e o preocupante é que
em sua semana de estréia o filme só ganhou 30 milhões (talvez alguma falha em
marketing e propaganda, não sei). Isso mostra que talvez não vejamos mais
continuações por parte da Disney (que caiu fora da franquia “Nárnia” pelo mesmo
motivo). Torçamos, pois chegou até nós uma franquia que merece crescer cada vez
mais e se possível ganhar filmes correspondentes aos 11 livros sobre Carter!
Tá em casa procurando um filme para assistir sozinho ou com
a família? Está aqui um épico de ficção-científica e fantasia indispensável: John Carter: Entre Dois Mundos.
Diversão muito garantida!
NOTA MECÂNICA: 8,5
NOTA MECÂNICA: 8,5
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