Como entrar no país e tirar esses 6 funcionários do esconderijo? Fácil: criando um filme falso de ficção-científica, que usará o Irã como locação e dar esses funcionários identidades falsas e funções específicas no filme, disfarce que garantirá a saída deles do país sem que sejam reconhecidos. Arriscado? Muito. Mas essa é a ideia que o agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck) tem e decide executar. E assim surge Argo, o filme que nunca foi feito, idealizado para a missão jamais contada, guardada a sete chaves e que há mais de uma década foi revelada.
Em uma era onde Hollywood aposta anualmente em remakes, reboots e adaptações de quadrinhos e livros juvenis, Affleck (que também é o diretor do filme) nos traz uma trama original, bem dosada que varia entre o humor e suspense, recheados de muita, mas muita tensão. É a ideia original, sobretudo, que é um dos grandes trunfos de Argo, filme que entre outros prêmios, levou o cobiçado Oscar de Melhor Filme. Você pode até achar que foi uma premiação desmerecida, por achar que haviam filmes melhores, mas em uma coisa tem que concordar comigo: Argo é um filmaço!
Os personagens são bem desenvolvidos, o roteiro é bem coeso, as atuações muito boas e a direção muito bem objetiva e determinada. A trilha sonora é muito boa, a fotografia também.
Muita gente chiou quando Ben Affleck ganhou os principais prêmios das principais premiações da sétima arte (Oscar e Golden Globe), mas o grande trunfo de Argo está em sua ideia totalmente cativante e original. E mais: não pense que Argo é somente mais um filme de suspense super patriota. Não não, ainda sobra espaço para uma baita homenagem a Hollywood e suas produções de ficção-científica, com a presença ilustre de John Chambers (John Goodman), entre outras referências ao cinema.
Argo é um filme simples, cativante e emocionante. Uma prova de que Ben Affleck tem futuro como diretor e de que ainda podem existir ideias boas e inovadoras na cada vez mais não-criativa Hollywood.
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